Preço do cimento sobe até 39% em Cuiabá
Nem mesmo a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o item, um dos mais importantes da cesta básica da construção, segurou a alta. Representantes das lojas de materiais de construção atribuem a alta à falta do produto no mercado local. Segundo eles, a fábrica de cimento da Votorantim (cimento Itaú) estaria passando por mais um período de manutenção, como ocorreu no ano passado e acarretou em desabastecimento.
Em decorrência da escassez, lojistas estão tendo que vender o produto de forma fracionada para que um número maior de consumidores seja atendido. A gerente da Moinho Material para Construção, Laura Ferreira, afirma que há cerca de um mês está tentando receber um pedido feito junto à fabrica da Votorantim Cimentos, localizada em Nobres (MT), mas que não obteve retorno. "Nosso departamento de compras não está conseguindo nem mesmo falar com eles. Estamos tendo que trabalhar com outras marcas". Na Moinho, o cimento está sendo vendido por R$ 23,50.
Já na Bigolin, o supervisor de Compras, Janderson Amaral diz que não está tendo dificuldade para comprar o produto, pois tem um outro fornecedor. Mesmo trabalhando com fabricante diferente, ele diz que não é possível manter o preço anterior, que era de R$ 17,90 e passou para R$ 22,99. "Por conta disso tivemos que reduzir o volume de vendas por cliente. Agora estamos limitando até 100 sacos por consumidor".
Em janeiro deste ano, antes da redução do IPI, o cimento estava sendo vendido em Cuiabá por uma média de R$ 18. Sem parte do imposto, o valor caiu para até R$ 15,50, mas agora, sofreu alteração desagradando os consumidores. O presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Acomac-MT), Wenceslau Souza Júnior, analisa que o aumento foi significativo, mas que o efeito está associado à demanda por cimento, que está acima da capacidade produzida no Estado. "Outro fator é que a Votorantim está trazendo cimento de Sergipe e a alta no preço é reflexo do frete, já que são 4 mil km de distância".
A informação dos lojistas de que a falta do produto seria motivada por problemas na fábrica de Nobres é contestada pela empresa. Por meio de nota a Votorantim afirma que não há qualquer problema na operação da unidade, que tem capacidade para produzir 800 mil toneladas de cimento por ano. E mais, "a Votorantim apresenta plano de readequação logística para trazer cimento de outras fábricas da empresa para atender plenamente os mercados do Mato Grosso, Acre e Rondônia, motivado pelo o forte aquecimento da demanda nessas regiões".
A medida foi implantada com sucesso em 2008, quando a fábrica mato-grossense teve problemas, causando desabastecimento. A importação do produto de outras unidades será feita até que a nova linha de produção de cimento da fábrica de Nobres comece a operar, em agosto. Enquanto isso, os clientes receberão cimento das marcas Poty, Tocantins e Itaú, provenientes de Sergipe, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. A expansão da fábrica estadual aumentará a capacidade de produção para 1,7 milhão t/ano.
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