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Cidades/Geral
Quarta - 22 de Julho de 2009 às 07:14
Por: Renê Dióz

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Várzea Grande supera por pouco Cuiabá quando o assunto são homicídios de adolescentes, segundo a mais recente pesquisa sobre o tema, publicada ontem. No município vizinho da Capital, foram assassinados 4,13 adolescentes de 12 anos a 18 anos para cada grupo de mil em 2006, ano-base da pesquisa. O índice é o 33º entre as 267 cidades brasileiras com mais 100 mil habitantes e põe Várzea Grande como a primeira cidade de Mato Grosso a figurar no ranking nacional. Cuiabá está logo abaixo, na 36ª posição: de cada mil adolescentes, 3,83 não chegam aos 19 anos.

Entre as capitais, Cuiabá fica na 7º posição dos maiores índices de homicídio na adolescência. A capital mato-grossense supera centros como Curitiba, João Pessoa e Salvador na lista das 10 piores. Os números sobre homicídio na adolescência são inéditos no Brasil, além de oportunos. Os assassinatos representam 46% de todas as causas de mortes dos adolescentes brasileiros.

O maior índice registrado, 9,7, foi o de Foz do Iguaçu, no Paraná. É mais de três vezes superior à média nacional, segundo estudo da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). A projeção de mortes leva em conta o período entre 2006 e 2012.

Separadas apenas pelo rio Cuiabá, Cuiabá e Várzea Grande contam mais de 750 mil habitantes, sendo que mais de 500 mil encontram-se na Capital. Entretanto, não é a primeira vez que Várzea Grande apresenta números piores que os de Cuiabá no quesito Segurança Pública.

O balanço da violência em 2008, por exemplo, apontava que a média de homicídios registrados lá foi 29% maior do que a de Cuiabá durante o ano, segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Na época, o secretário de Estado de Segurança Pública, Diógenes Curado, citou que os dados poderiam estar atribuídos à reprodução, em Várzea Grande, de um fenômeno sociológico conhecido como “migração da mancha da criminalidade”. Contudo, para o atual comandante-geral da Polícia Militar no Estado, coronel Campos Filho, a análise é outra.

Embora os números apontem violência maior em Várzea Grande, Campos Filho avalia que o município vizinho não apresenta agravantes em sua segurança pública e, na prática, não se diferencia de Cuiabá. Para o comandante, a proximidade das duas cidades faz com que os números se embaralhem e não expressem a realidade sobre os homicídios e suas vítimas. “A migração é muito grande. Nem sempre o jovem que morre lá é realmente morador da cidade”, analisa.

Maiores cidades do Estado, somente Cuiabá e Várzea Grande apresentam índices de homicídios de adolescentes acima da média nacional – 2,03 – dentre os quatro municípios mato-grossenses inclusos no estudo.

As outras duas cidades, Sinop e Rondonópolis - grandes pólos do norte e do sul do Estado, respectivamente – estão longe no ranking nacional. Sinop (a 500 quilômetros de Cuiabá) está na 145ª posição e Rondonópolis (a 212 quilômetros) aparece somente na 168ª.





Fonte: Diário de Cuiabá

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