Yeda se diz indignada com manifestação em frente à sua casa
A manifestação pedia o impeachment da tucana, que enfrenta uma crise no seu governo. Ela condenou a atitude hostil contra a vida privada de um governante. "Meus netos foram proibidos de ir à escola, ter aula e fazer suas últimas provas. Eles se depararam com um ato selvagem e criminoso", afirmou.
Yeda disse estar tranquila, pois batalhou e teve o voto popular para governar o Rio Grande do Sul. Segundo ela, sua gestão trouxe benefícios aos gaúchos e o Estado está entregando os frutos do ajuste das contas públicas. "O ato foi uma demonstração inadequada e covarde em nome de falsas demandas corporativas."
A governadora e integrantes de seu governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006.
Entre os detidos estava a vereadora de Porto Alegre Fernanda Melchionna (PSOL) e a presidente do Cpers (Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul), Rejane Oliveira. Todos foram liberados por volta das 12h30.
A vereadora comparou o episódio ao período da ditadura militar, pois disse que foi presa sem motivo. "Fui [presa], independentemente de não ter nenhum argumento para me prenderem", disse Melchionna, que pretende entrar uma ocorrência contra os policiais por abuso de autoridade. "Houve violência", afirmou.
A reportagem procurou a Brigada Militar, que não se manifestou sobre o caso. A presidente do Cepers não foi localizada para comentar o assunto.
O protesto começou por volta das 7h e durou cerca de duas horas. Os manifestantes levaram um contêiner semelhante ao usado nas "escolas de latas" do Estado e gritavam palavras de ordem. Cerca de 200 pessoas participaram do ato, a maioria professores, sindicalistas e estudantes.
A governadora reagiu ao protesto e discutiu com os manifestantes. Em resposta aos ataques, a tucana apresentou um cartaz escrito à mão: "Vocês não são professores. Torturam crianças. Abram alas que minhas crianças têm aula".
A Brigada Militar foi acionada e policiais do Batalhão de Operações Especiais foram até o local. Segundo os organizadores do ato, os policiais retiraram os manifestantes da frente da casa da governadora --localizada em bairro nobre de Porto Alegre, que continuaram o protesto numa distância de 50 metros. Já no final da manifestação, as seis pessoas foram detidas.
Os manifestantes decidiram fazer o protesto em frente à casa da governadora porque o imóvel é suspeito de ter sido comprado com dinheiro de caixa dois da campanha eleitoral de 2006.
Palácio Piratini
Após a manifestação em frente à casa de Yeda, os manifestantes continuaram o protesto em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram do ato contra a governadora.
Os manifestantes soltaram 1.000 balões pretos em sinal de luto pela situação do governo gaúcho.
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