Três PMs são suspeitos de matar doente mental em Belém
Em Belém, três policiais militares são acusados de matar um doente mental. Segundo testemunhas, eles confundiram um rádio com uma arma e depois mudaram a cena do crime.
No velório de Emerson Willices Cruz Freitas, de 37 anos, tristeza e revolta. "É uma tragédia que qualquer mãe não espera. Eu quero justiça de cima e daqui", desabafou a mãe da vítima, Célia Maria Cruz Freitas.
Emerson sofria de esquizofrenia e não tinha antecedentes criminais. Segundo testemunhas, ele caminhava em uma rua ouvindo música de um rádio que levava na cintura quando foi abordado por três policiais militares.
O PMs prestaram depoimento à polícia e disseram que atiraram porque a vítima teria sacado uma arma de fogo. Os policiais apresentaram um revólver com sendo da vítima, mas quem presenciou a abordagem nega essa versão.
"Duas testemunhas ouvidas afirmaram que a vítima não estava armada e que os policiais teriam confundido a atitude que ela tomou em meter a mão na cintura, que ela estava de posse apenas de um walkman, não de uma arma", disse o delegado do caso, Fernando Silva.
Versão das testemunhas
Uma das testemunhas relatou ao delegado que um dos policiais já saiu do carro apontando uma arma para a cabeça de Emerson. Segundo o depoimento, a vítima colocou as mãos para cima e tentou levantar a camisa para mostrar que não estava armada.
O policial suspeitou e disparou o primeiro tiro no peito. Emerson correu com a camisa levantada mostrando que não escondia arma e mesmo assim levou outro tiro, desta vez com um fuzil.
Ainda de acordo com a testemunha, quando os policiais militares perceberam que a vítima não estava armada e só levava um rádio, usaram luvas cirúrgicas para remover o corpo do local.
Os três policiais não foram afastados da função e continuam trabalhando normalmente, mas agora em outro bairro. A Polícia Militar vai abrir uma sindicância para investigar se houve falhas na ação e alteração do local do crime.
Se for comprovado algum excesso, descontrole, algo que possa realmente cair em descrédito na versão dos policiais, o Conselho de Disciplina pode, ao final, inclusive resultar na expulsão deles da instituição", explica o corregedor da PM, tenente Hélio Basbas.
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