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Educação/Vestibular
Quarta - 15 de Julho de 2009 às 18:43
Por: Danielle Tavares

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O professor indígena Korotowi Taffarel, da etnia Ikpeng, iniciou curso de mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso em 2008. O docente se formou juntamente com 184 professores indígenas, em 2006, e agora compartilha da alegria de ver outros 90 indígenas concluindo sua graduação na Faculdade Indígena Intercultural, em colação de grau realizada nessa terça-feira (14.07), em Barra do Bugres.

Taffarel afirma que dedica essa vitória ao seu povo e incentiva os colegas na busca de qualificação. “As coisas estão em movimento e o professor tem que se atualizar de forma continuada”, aconselha. Sua atuação na docência começou em 1990, com alunos de Educação Básica, no Xingu. Na aldeia onde mora, estudou até o magistério, de onde só saiu para fazer o Terceiro Grau Indígena, na Unemat em Barra do Bugres, assim como a maioria dos formandos.

Atualmente, trabalha na coordenação pedagógica da Escola Estadual Central Ikpeng e como professor auxiliar para os colegas na Faculdade Indígena. “A qualificação abriu uma nova forma de trabalho com os alunos da aldeia e o planejamento das atividades interdisciplinares. As disciplinas não estão isoladas: história, matemática, tudo é linguagem, tudo se lê”, lembrou.

Diferentes histórias- Egressos como Korotowi Taffarel acompanharam a Faculdade Indígena Intercultural desde que a educação superior específica e diferenciada para esse público ainda era uma ideia em fase de discussão em Mato Grosso. Os diferentes desafios, conquistas e lutas que escreveram essa história foram lembradas na aula da saudade, realizada em Barra do Bugres, na última segunda-feira (13.07).

Na ocasião, os formandos como Sergio, Valdivino Umutina e Tino Xavante, além de professores e técnicos prestaram homenagens. “Essa história é escrita por vocês, pelos que já concluíram e por aqueles que estão fazendo a graduação”, disse o Reitor, Taisir Karim.

Em 1995 foi criado o Conselho de Educação Escolar Indígena (CEI/MT), que se constituiu num espaço de discussão, reflexão e luta pela Educação Escolar Indígena. Somente em 2001 teve início oficialmente o Projeto de Formação de Professores Indígenas (ainda 3º Grau Indígena), com a realização do vestibular e o início das aulas no mês de julho, para a primeira turma dos cursos de licenciatura específica para a formação de professores indígenas. Em janeiro de 2005 tiveram início as aulas para a segunda turma.

Novas histórias - Durante o 2º Congresso Universitário da Unemat, realizado em dezembro de 2008, foi aprovada a criação da Faculdade Indígena Intercultural, incorporando as ações relacionadas à Educação Superior Indígena.

Nessa semana foi assinada a Resolução 018/2009, criando administrativamente a Faculdade, vinculada ao Campus de Barra do Bugres. “A Unemat passa a ser a grande referência na formação indígena. Não uma formação pronta, mas, uma Universidade de fato feita pelos povos indígenas”, comemora o coordenador, Elias Januário.

Além da execução de cursos de licenciatura e bacharelado, a Faculdade Intercultural objetiva a abertura de vagas em cursos regulares de pós-graduação lato e stricto sensu e administração do Museu Indígena a ser implantado.





Fonte: Assessoria Unemat

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