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Internacional
Quarta - 15 de Julho de 2009 às 11:22

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As autoridades iranianas buscam nesta quarta-feira as caixas-pretas do avião Tupolev da companhia iraniana Caspian Airlines que caiu com 168 pessoas a bordo na Província de Qazvin, 16 minutos depois de decolar do aeroporto da capital iraniana, Teerã. A causa do acidente ainda não foi revelada, mas autoridades afirmam que uma falha técnica pode ter causado o acidente.

A aeronave, um modelo Tupolev Tu-154 de fabricação russa, caiu às 11h33 (4h03 no horário de Brasília). Segundo a agência oficial Irna, o avião decolou do aeroporto internacional Imame Khomeini de Teerã e caiu perto de Janat Abad, na Província de Qazvin.

Segundo Sirous Saberi, vice-governador da cidade iraniana de Qazvin, próxima à região do acidente, o piloto teria informado à torre de controle sobre um problema técnico e teria solicitado permissão para um pouso não programado.

Saberi contou, citado pela agência de notícias iraniana Mehr, que o piloto teria conseguido chegar aos aeroportos de Tabriz e de Zanjan, mas não conseguiu pousar --o que o obrigou a tentar a voltar para Teerã.

"Estamos buscando a caixa-preta para poder conhecer as causas", afirmou.

Hossein Ayaznia, agente da aviação iraniana, confirmou que as equipes de resgate já buscam pelas caixas-pretas.

O porta-voz da organização iraniana de aviação civil, Reza Jafarzadeh, também sugeriu que poderia se tratar de uma falha técnica. "A única informação que temos é que o voo 7908 sofreu problemas 16 minutos depois de decolar", do aeroporto Imame Khomeini, da capital, explicou à imprensa.

Os acidentes com aeronaves iranianas são frequentemente atribuídos à má manutenção e à frota antiga do país.

Teerã culpa as sanções impostas pelos Estados Unidos, incluindo um veto a compra de partes reservas de aeronaves, pela falha na qualidade das suas aeronaves. Contudo, a companhia Caspian Airlines, empresa russo-iraniana fundada em 1992, usa Tupolevs cuja manutenção não exigiria peças fabricadas pelos americanos.

Vítimas

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, enviou comunicado expressando condolências pelas vítimas do acidente e afirmando que abrirá investigação.

A companhia aérea ainda não divulgou oficialmente a identidade das vítimas. Uma representante da Caspian Airlines, contudo, afirmou à agência Associated Press que a maioria dos passageiros eram armênios, mas havia ainda alguns cidadãos da Geórgia e de outras nacionalidades. A funcionária falou em condição de anonimato porque não tinha autorização para falar com a imprensa.

A agência semi-oficial Fars afirma que, entre os passageiros, estão oito atletas e dois treinadores da equipe júnior de judô do Irã que viajavam à Armênia para participar de um acampamento de treinamento de judô. A equipe participaria de um campeonato mundial previsto para o próximo dia 6 de agosto, na Hungria.

Acidente

O avião, um modelo Tupolev de fabricação russa da companhia aérea Caspian Airlines, transportava 153 passageiros e 15 membros da tripulação. "Todos morreram", confirmou o comandante Massoud Jafari Nasab, chefe da polícia de Qazvin.

Pouco depois do acidente, a televisão nacional iraniana mostrou imagens do local do acidente, uma zona rural do noroeste de Teerã que ficou coberta por pedaços de fuselagem.

"O avião ficou destroçado. Muitos pedaços estão espalhados pelos arredores de Jannat-abad", cidade próxima a Qazvin e a cerca de 200 quilômetros a noroeste de Teerã, detalhou o chefe da unidade contra incêndios, Hussein Behzadpour.

Segundo o bombeiro, unidades do corpo chegaram ao lugar do acidente pouco depois que o avião perdeu contato com a torre de controle e caiu sobre o campo, onde pegou fogo.

A polícia isolou a área, até ambulâncias e equipes especializadas chegarem ao local para recuperar os corpos.

Histórico

A Caspian Airlines é uma companhia iraniana fundada em 1992, que opera voos internacionais para Hungria, Emirados Árabes Unidos, Síria, Ucrânia, Armênia, Belarus e Turquia, assim como para as principais cidades iranianas.

O Irã tem uma frota aérea em estado crítico, afetada pelas sanções internacionais econômicas e financeiras ao país que dificultam sua renovação e compra de novos aparelhos.

Desde a imposição das sanções em 1980, após o triunfo da Revolução Islâmica que tirou do poder o último Xá da Pérsia, o pró-ocidental Mohammad Reza Pahlevi, a aviação iraniana sofreu vários acidentes com aviões que transportavam mais de cem passageiros.

O último acidente envolvendo um avião Tupolev ocorreu em 2006, segundo o site especializado Airdisaster.com. O acidente ocorreu em um voo da Iran Air Tours, na cidade de Bandar Abbas. A Aeronave bateu e pegou fogo na aterrissagem, deixando 29 dos 147 a bordo mortos.

Em fevereiro de 2002, um avião similar da companhia Iran Air Tours caiu entre Teerã e a cidade de Khorramabad, também no Irã, com 105 ocupantes. Em dezembro de 2005, 116 pessoas morreram após o choque de uma aeronave militar AC-130 Hercules que transportava passageiros civis em um edifício de dez andares nos arredores de Teerã.

Devido às sanções internacionais econômicas e financeiras sofridas pelo país, o Irã possui uma frota aérea bastante debilitada, com muitos aviões da época da ex-União Soviética ainda em operação.





Fonte: Folha Online

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