Pinóquio: Polícia indicia 19 pessoas e encaminha inquérito a juiz

O delegado Roberto Amorim, da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), encaminhou ontem à Vara Especializada de Meio Ambiente o inquérito que investigou uma quadrilha acusada de utilizar documentos falsos para comercializar madeiras nobres extraídas de áreas de preservação. Dezenove pessoas foram indiciadas por crimes de formação de quadrilha, contra a fé pública e a lei ambiental, e 17 tiveram a prisão preventiva requerida. O relatório do inquérito será encaminhado para a Delegacia Fazendária, que vai apurar se houve crime contra a ordem tributária.

Das 19 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada durante a Operação Pinóquio, deflagrada pela Polícia Civil no último dia 6, 2 foram colocadas em liberdade e uma continua foragida. O prazo das prisões temporárias vence hoje. Foram libertados Wesley Moreira Martins e Djalma Pereira de Oliveira. Segundo o delegado Roberto Amorim, após depoimentos e coleta de provas, a Polícia entendeu que não havia necessidade de mantê-los presos. O foragido é Célio Justino de Moraes, o "Luiz Moraes", de Paranatinga. Ele é apontado como intermediador de venda de créditos de madeira da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Calcula-se que a organização criminosa tenha comercializado cerca de 80 mil metros cúbicos de madeira em toras que, se estivessem juntas, carregadas em caminhões bi-trem, formariam uma fila de 40 km. Um prejuízo avaliado entre R$ 8 milhões e R$ 9,6 milhões, considerando que o metro cúbico de madeira vale entre R$ 100 e R$ 120.

Na conclusão do inquérito, o delegado Amorim diz que conseguiu comprovar a participação efetiva dos 19 indiciados no esquema. "O dano ambiental que eles provocaram tem valor incalculável porque eles vêm agindo há bastante tempo".

Seis inquéritos policiais resultaram na Operação Pinóquio, que investigou processos para exploração de madeira na Sema entre os anos de 2006 e 2007.