Demitido, Parreira faz críticas à relação do Flu com patrocinador
Carlos Alberto Parreira não é mais o técnico do Fluminense. O experiente treinador não resistiu à queda de rendimento da equipe, que, após a derrota para o Santo André neste domingo, passou a integrar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao "Redação SporTV", o próprio Parreira deu a notícia, anunciada também no site oficial do clube.
- Eu não sou mais o treinador do Fluminense. Fui informado há meia hora. Não tenho nenhum ressentimento ou remorso. Vive-se de resultados - afirmou.
A decisão foi tomada pela diretoria tricolor em conjunto com o patrocinador do clube na manhã desta segunda-feira. O auxiliar Vinícius Eutrópio dirige a equipe no treino desta tarde, no CFZ. Em sua terceira passagem pelas Laranjeiras, Parreira somou 24 jogos, com oito vitórias, nove empates e sete derrotas. Foram 33 gols a favor e 30 contra. Em dois anos, o ex-técnico da seleção foi o quinto no clube; René Simões, Renato Gaúcho, Joel Santana e Paulo César Gusmão também dirigiram o Flu neste período.
Para Parreira, o melhor desta passagem foi voltar a viver o dia-a-dia de um clube após sete anos dirigindo as seleções do Brasil e da África do Sul consecutivamente. Sem mostrar arrependimento por seguir a carreira de treinador de campo ao invés de assumir um cargo mais nos bastidores, como era de seu interesse, ele só lamentou não poder continuar um trabalho de longo prazo que tinha em mente.
- A cobrança é feita em cima de resultados, não de um trabalho. Não se tem paciência para um projeto. O Fluminense tem tudo, assim que agregar esses jogadores que pedimos para o segundo turno, para fazer uma campanha maravilhosa e brigar para entrar no G-4.
A relação entre clube e patrocinador tão próxima também recebeu críticas do técnico, que mostrou desapontamento com o presidente Roberto Horcades, já que foi comunicado da demissão pelo vice de futebol Tote Menezes.
- O clube vive uma co-gestão muito complicada, difícil de ser equacionada em termos. É uma relação de conflito permanente para o Fluminense. Há interesse dos dois lados - lamentou, sem esquecer da sequência de sete jogos em 21 dias que a equipe terá pela frente e pode dificultar o caminho do novo comandante.
Sobre os seus planos para o futuro, Parreira não está preocupado e só sabe que pretende continuar no Rio de Janeiro. Ele garante que vai resistir a convites para trabalhar longe da cidade onde mora a sua família.
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