Maracanã recebe Roberto Carlos em palco nobre
Não que o repertório seja novo. Roberto vai cantar as mesmas músicas da turnê que fez, nos últimos meses, pelo Norte e pelo Nordeste do país.
São 17 números, vários com pot-pourris, ou cerca de 25 músicas ao todo. Algumas, é fato, ele voltou a cantar só agora, depois de 30 anos, como "Quando", de 1967, e "Do Fundo do Meu Coração", de 1986.
No mais, será um mix dos 50 anos de carreira do cantor, da Jovem Guarda à fase religiosa. Os amigos Erasmo e Wanderléa serão os únicos convidados. Vão cantar "Sentado à Beira do Caminho" e "Ternura".
O Rei está ansioso, enfim, só por ser "muito exigente". "Ele está nervoso porque quer que saia tudo bem. Mas, por outro lado, está tranquilo, porque sabe que tem uma estrutura grande e que somos uma equipe entrosada", diz Lages.
A estrutura inclui 500 m2 de palco, com sete telões --três no palco, um deles com 200 m2, e quatro no gramado--, mais de 800 pontos de luz no estádio, 350 mil watts de som, 200 m de cortina de led (componentes de emissão de luz incrustados num tecido preto) e 50 m de "abertura de boca" do palco.
"É uma coisa monstruosa. Nem o palco da Madonna tinha essa abertura de palco", garante Genival Barros, chefe de som e de luz dos shows do Rei há 44 anos. Cerca de 6.000 pessoas trabalham na montagem do palco, coberto com uma estrutura acrílica que lembra a forma de uma concha acústica.
Vestindo terno Ricardo Almeida, o estilista do presidente Lula, o Rei deverá surgir no show de calhambeque. Testaria a performance anteontem e ontem para, enfim, decidir.
"Ele acompanha cada passo. Não significa que esteja sempre no Maracanã [três ensaios estavam previstos no estádio], olhando tudo de perto. Mas o Roberto sabe de tudo", diz Roberto Talma, que dirige os especiais de fim de ano do cantor na Globo e também o show no Maracanã.
Para a transmissão ao vivo da emissora, 16 câmeras e um helicóptero serão usados. Patrícia Poeta, apresentadora do "Fantástico", vai "ancorar" o show. Ela irá convidar pessoas da plateia para ir ao palco num karaokê, chamado de "esquenta" pela Globo, que pode ser usado na abertura do show na TV.
Até ontem, não se sabia o que seria feito durante os intervalos. "Talvez ele converse com a plateia", dizia Genival Barros. "Pensamos em cronometrar o intervalo para incluir uma música. Assim, no Maracanã, o público veria um show corrido", apostava o maestro Eduardo Lages. O Rei ainda vai decidir.
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