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Polícia Brasil
Segunda - 06 de Julho de 2009 às 17:58
Por: Luciene Oliveira

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Aproximadamente 2000 caminhões bitrem carregados de madeira irregular, que enfileirados chegam a 40 quilômetros. Os números correspondem a 80 mil e 600 metros cúbicos de madeira movimentados com créditos virtuais legais, que chegam a R$ 80 milhões, obtidos de forma fraudulenta com a falsificação de documentos. Os dados foram contabilizados na operação “Pinóquio”, deflagrada nesta manhã pela Polícia Judiciária Civil, na capital e em sete municípios do interior do Estado. Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária (5 dias). Treze pessoas estão presas, seis delas em Cuiabá.

correspondem a 80 mil e 600 metros cúbicos de madeira movimentados com créditos virtuais legais, que chegam a R$ 80 milhões, obtidos de forma fraudulenta com a falsificação de documentos. Os dados foram contabilizados na operação “Pinóquio”, deflagrada nesta manhã pela Polícia Judiciária Civil, na capital e em sete municípios do interior do Estado. Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária (5 dias). Treze pessoas estão presas, seis delas em Cuiabá.

As investigações começaram há mais de 6 meses pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Dema). O esquema consistia em “esquentar” documentos para montagem de processo de exploração de produtos florestais. Empresários do ramo de madeireiras, engenheiros florestais, arrendatários, grileiros e compradores de créditos virtuais, participavam da fraude de guias florestais expedidas de forma legal, mas usadas para esquentar madeiras supostamente retiradas de áreas ilegais. Eles montavam toda uma documentação falsa e davam entrada em processo para exploração de madeira na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Os processos são dos anos de 2006 e 2007.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, em coletiva na Dema, disse que o Cadastro de Consumidores de Recursos Florestais( CC-Sema), é bastante transparente e está totalmente protegido. “O sistema começou a monitorar que havia trânsito de crédito, mas quando comercializados eram só na forma de papel e não de madeira. Foi identificado que havia essa transação e a delegacia junto com a Sema começou a analisar esses documentos”, informou.

As fraudes eram comandadas por Nilda da Silva Alves (foragida), que contava com ajuda do filho, Ulisses Antonio de Carvalho Neto (foragido), do marido Vilson Pereira da Silva (foragido) e do cunhado Newton Marcos Pereira da Silva, único preso da família. Elescontavam com o apoio de engenheiros, grileiros, pessoas que intermediavam a venda dos créditos e compradores.

A quadrilha conseguiu inserir no Cadastro de Consumidor de Matéria Prima de Origem Florestal (CC-Sema) cerca de 80 mil metros cúbicos de madeira, movimentando aproximadamente R$ 80 milhões em créditos virtuais, no período de um ano e meio. “Eles falsificavam documentos, criavam empresas ‘fantasmas’. Com a documentação falsa, conseguiam aprovar os projetos, geralmente plano de exploração florestal ou de manejo. O sistema gerava os créditos que eram comercializados junto a madeireiros. A origem é legal, mas a venda virtual”, explicou o delegado Roberto Amorim, titular da Dema.

Seis projetos de manejo em fazendas localizadas nos municípios de Nobres, Nova Maringá, Ariapuanã, Nova Bandeirantes, Paranaíta e Juara, deram origem aos inquéritos policiais da operação. Os planos de exploração florestal tinham autorização para retirada de produtos das áreas, mas possivelmente foram executados ilegalmente em outras regiões que as investigações ainda vão descobrir.

O diretor geral da Polícia Civil, José Lindomar Costa, destacou a parceria da Polícia Civil com a Sema, na fiscalização e combate aos crimes ambientais. “Esse trabalho conjunto tem contribuído para reduzir os crimes contra o meio ambiente”, afirmou. O nome “Pinóquio” é alusivo ao personagem da literatura infantil. O nariz do boneco de madeira crescia quando ele contava mentiras. A operação mobilizou 79 policiais, entre delegados, escrivães e investigadores, da capital e das delegacias do interior.

Os presos vão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, crimes contra a administração ambiental, previsto no Artigo 69 A, da Lei 9.605/98.

PRESOS

Em Cuiabá foram presos: Éber Tadeu Vaz (procurador e responsável técnico), Antonio Adejar do Nascimento (responsável técnico e engenheiro florestal), Jary Santana de Abreu (grileiro e comprador de créditos virtuais), Newton Marcos Pereira da Silva, “Marcão” (negociador de projetos, cunhado de Nilda), Wesley Moreira Martins (laranja e procurador junto a Sema e órgãos públicos), Ester Benichio (captadora de serviços, funcionária e amiga de Nilda)

No interior estão detidos: Arenápolis: Djalma Pereira de Oliveira (procurador); Nortelândia: Sebastião Ramos Batista (arrendatário); Alta Floresta: Luiz Carlos Rabechi (intermediador de venda de créditos); Sinop: Maurinho (intermediador de venda de créditos), Plácito Everaldo Ficagna (intermediador de venda de créditos) e Delvina Caldeira de Oliveira (intermediadora de venda de créditos); Juína: Diomar Tolfo Brescovit, o “Mano” (empresário comprador de créditos virtuais).





Fonte: Assessoria PJC-MT

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