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Internacional
Segunda - 06 de Julho de 2009 às 15:40

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O número de mortos nos confrontos entre polícia e manifestantes da minoria muçulmana uiguir neste domingo, na Província chinesa de Xinjiang, subiu para 156, anunciou a agência de notícias oficial Xinhua, que cita as autoridades locais.

Mais cedo, os números oficiais indicavam que ao menos 140 haviam morrido e 828 ficaram feridos. As autoridades alertaram que o número podia aumentar.

Entre as 16 novas vítimas reportadas, afirma a polícia, citada pela agência Xinhua, alguns morreram dos ferimentos nos hospitais e outros foram encontrados mortos nas ruas.

Até o momento, mais de 700 pessoas foram presas por participar dos protestos, motivados pela reação da polícia em um confronto no mês passado, quando uiguires brigavam com membros da maioria han pela morte de dois trabalhadores uiguires em uma fábrica de brinquedos.

A agência Xinhua afirma ainda que a polícia já "tem pistas" dos responsáveis por tentar organizar mais protestos nas cidades de Kashi, Yili Kazak e Aksu.

Ainda segundo relatos da agência, mais de 200 manifestantes foram dispersados pela polícia nesta segunda-feira em uma tentativa de protesto na mesquita de Id Kah, a maior da China.

A agência Associated Press afirma que grupos de policiais paramilitares, vestidos com trajes de camuflagem, capacetes e coletes a prova de balas, marcharam nesta segunda-feira nas ruas do principal mercado de Urumqi, capital da Província de Xinjiang e região de maioria muçulmana, para evitar novos protestos e distúrbios.

Protesto

O protesto deste domingo começou pacificamente com um grupo de entre 1.000 e 3.000 manifestantes da minoria muçulmana uiguir em Urumqi. Os manifestantes criticavam a morte de dois uigures em uma fábrica de brinquedos do sul do país, após eles terem sido linchados, e a discriminação por parte da etnia han, dominante no país.

A manifestação, contudo, rapidamente se tornou um confronto de civis contra policiais e militares, que deixou ainda 828 feridos na Província --o pior confronto do tipo em anos no país.

A China tenta conter a divulgação de informação sobre as manifestações bloqueando serviços de internet, como o Twitter, e a rede de celular. O episódio, contudo, já ganhou destaque na imprensa internacional como o ápice da tensão étnica que marca a região há décadas.

Os distúrbios são ainda mais um sinal para Pequim de como o crescimento econômico do dragão chinês não conseguiu aplacar as diferenças étnicas no país de proporções continentais.

Em Genebra, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pediu a Pequim e a qualquer outro país que sofre com violentos protestos que aja com 'extrema cautela' em relação a seus cidadãos.

O governo, que divulgou o número de mortos e feridos, deu poucas explicações sobre a violência dos confrontos. Eles acusam uma empresária uiguir, uma das líderes do movimento separatista da região, de incitar os distúrbios com ligações telefônicas e propaganda em sites.

Silêncio

O presidente chinês, Hu Jintao, que está na Itália para a reunião do G8, ignorou os protestos no seu país e manteve o silêncio mesmo sob o recado de seu colega italiano, Giorgio Napolitano, de que o país deveria respeitar os direitos humanos.

Depois de assinar acordos de cooperação econômica, Hu e o premiê italiano, Silvio Berlusconi, fizeram uma entrevista coletiva na qual e restringiram a temas do G8 e relações bilaterais.

Depois dos discursos iniciais dos dois líderes, Berlusconi afirmou estar "sob ordens" para permitir apenas uma questão dos jornalistas para Hu e uma para si mesmo. As questões feitas não tinham relação com os protestos.

Mais cedo, após a reunião de Hu com Napolitano, o presidente italiano afirmou que ambos concordaram que "o desenvolvimento econômico e o progresso social que a China realiza passam pelo desafio de novas exigências em temas de direitos humanos."

Com agências internacionais





Fonte: Folha Online

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