A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) opera em queda pelo terceiro dia seguido nesta terça-feira (2), movimento traduzido na venda generalizada de ações, com a queda sendo capitaneada por empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista.
Às 15h27 (horário de Brasília), o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, recuava 4,66%, aos 45.029 pontos. Veja cotação
As vendas na bolsa paulista se acentuaram à tarde, sem que profissionais do mercado soubessem citar um motivo específicopara a piora acentuada do mercado, afora a deterioração das expectativas para a economia brasileira.
Entre as principais quedas do dia aparecem as ações da OGX, com queda de 16%, vendida a R$ 0,47 – depois de ter perdido quase 30% no dia anterior, e os papéis da MMX, que apresentam desvalorização de 12%. LLX caía 8%. Fora do Ibovespa, as ações da OSX recuavam 17%.
Analistas de bancos e corretoras cortaram nesta terça-feira o preço-alvo para as ações da OGX para valores entre R$ 0,10 e R$ 0,30 por papel.
As revisões para baixo ocorrem após a OGX ter anunciado na véspera a suspensão de projetos de produção, também penalizando outras ações da holding EBX, controlada por Eike.
"Como a ação da OGX tem muito peso no índice, o mercado continua sofrendo por causa disso", disse à Reuters o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora.
"Um cenário assim acaba gerando um movimento de pânico, as vendas começam a se acelerar a qualquer preço", disse o analista Aloisio Villeth Lemos, da Ágora Corretora no Rio de Janeiro. "No curtíssimo prazo, não dá para afirmar que vamos ter uma melhora muito significativa da bolsa. Existem oportunidades, mas é preciso ter estômago", completou.
O pessimismo com as perspectivas para as empresas de Eike também contaminava outros setores na Bovespa, com analistas citando possíveis riscos para os principais bancos do país, credores do grupo.
No plano macroecônomico, a queda da produção industrial brasileira em maio frente a abril, pior que o esperado pelo mercado, também contribuía para azedar o humor de investidores.
Nesta terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção da indústria brasileira voltou a cair em maio, registrando recuo de 2% e revertendo os ganhos de abril, de 1,9% (número revisado).
Na véspera, o Ibovespa recuou de 0,48%, a 47.229 pontos. A ação da OGX perdeu 29,11%, para R$ 0,56, após ter chegado a cair 39% na mínima da sessão.
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