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Polícia Brasil
Terça - 30 de Junho de 2009 às 15:42
Por: Rubens de Souza e José Ribamar

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O controvertido caso envolvendo a morte da estudante universitária Eiko Nayara Uemura, 24 anos, ganhou um novo rumo. Dados oficiais do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram uma remota suspeita de que ela foi brutalizada antes de ser jogada, já morta, na ribanceira da localidade denominada “Portão do Inferno”, no trajeto da rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. O caso aconteceu na noite de 28 de abril deste ano. A jovem foi torturada, morta e depois jogada, segundo laudo.

O delegado João Bosco de Barros, titular da Delegacia Municipal de Chapada dos Guimarães, confirmou o resultado, cujos detalhes serão fornecidos em uma entrevista coletiva na sede da Diretoria Geral de Polícia Civil, no bairro Bandeirantes, em Cuiabá. Detalhe: no dia 15 de maio, 24 Horas News publicou a suspeita, amparada em versões de especialistas e pessoas envolvidas no caso. Veja a matéria

"Parabéns" – disse o delegado Bosco ao falar sobre a reviravolta do caso, já quase encerrado pela Polícia como suicídio. O laudo preliminar de necropsia, elaborado no dia 29 pelo médico-legista Edson Fratari, descartou, inicialmente, a possibilidade de Eiko ter sofrido algum tipo de violência externa.

Eiko era sobrinha do empresário Júlio Uemura, acusado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, de liderar um grupo criminoso que aplicava golpes financeiros no setor de hortifrutigranjeiros na Grande Cuiabá. Uemura está respondendo processo por formação de quadrilha em liberdade – em que pese o Ministério Público Estadual insistir na sua prisão.

No transcurso do caso, a estudante apareceu morta no “Portão do Inferno”. Ela morava na casa de Júlio Uemura. Seu nome aparecia entre as proprietárias de empresas usadas pelo tio para acobertar o esquema de fraude e extorsão que liderava no setor de hortifrutigranjeiros. Em contas bancárias em nome de Eiko também se movimentava uma grande quantidade de dinheiro. Dois bilhetes supostamente escritos pela estudante davam indícios de que ela havia ceifada a própria vida. Pessoas próximas, no entanto, não acreditavam nisso. Uma colega de faculdade chegou a colocar em dúvida, ao falar com 24 Horas News, se a escrita era da amiga mesmo.

Uma das principais suspeitas era de que a estudante havia se jogado nos quase 100 metros do penhasco por motivos passionais. Ela havia se envolvido no caso extra-conjugal com um advogado famoso de Cuiabá. Em meio a isso também apareceu o sumiço de um valor elevado de jóias pertencentes a família. A tese não prosperou.

Com tantas dúvidas, a Polícia não teve outro caminho a não ser pedir a exumação do corpo da estudante. A tese do homicídio leventada na época por 24 Horas News passou a ganhar corpo. Como se pode confirmar na reportagem publicada na ocasião, a Polícia trabalhava com a tese do homicídio pelo fato de haver sinais de estrangulamento no pescoço da jovem. Tecnicamente, havia pouco sangue na cabeça, quando, na verdade, em caso de suicídio por atiramento, ocorre situação contrária. Por isso, espera-se que o laudo de necropsia, que indica o tipo de causa mortis, aponte evidencias claras de assassinato. “Foi consignado ainda, a primeira vista, cinco costelas quebradas” – disse a fonte.

Agora a Polícia terá uma missão ainda mais difícil: saber quem matou Eiko Uemura.





Fonte: 24 Horas News

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