Governo conhece sistema biodigestor do Grupo Marfrig em Diamantino
Diamantino, MT - O tratamento de efluentes em reatores anaeróbios (biodigestores) com captura e queima do gás metano empregado pelo Grupo Marfrig em Diamantino (208 km a Médio-Norte de Cuiabá) deixou o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, bastante satisfeito com a preocupação ambiental da empresa. “Mostra a responsabilidade que vocês têm, e são esses parceiros que queremos ter aqui (no Estado), desenvolmentista”, frisou Maggi, citando ainda a moratória do grupo à carne da Amazônia anunciada na semana passada.
O governador Blairo Maggi e comitiva de secretários de Estado visitaram, nessa segunda-feira (29.06), o complexo de Granjas do Marfrig ‘Marbella Carnes’, no município. O presidente do grupo, Marcos Molina, e técnicos da empresa apresentaram ao Governo o sistema de biodigestores desenvolvido no empreendimento. Além de tratar os dejetos dos suínos, para que não poluam o ambiente com a liberação de dióxido de carbono (CO2), os reatores funcionam como uma fonte de energia renovável.
Os biodigestores, uma espécie de lona sobre o chão, captam os dejetos que em decomposição produzem o gás metano, utilizado na geração de energia. Segundo o consultor do setor de implantação dos biodigestores da Marfrig, Márcio Lara, o projeto da empresa em Mato Grosso representa o maior biodigestor do Brasil, “senão da América Latina”, argumentou. Ele contou que a primeira fase está concluída com os reatores prontos, faltando só chegar as máquinas que vão gerar a energia.
A estimativa do grupo é gerar dois megawatts de energia, que corresponde a cinco vezes a capacidade de energia da granja que é de cerca de 300 quilowatts/horas por mês. “Essa energia é capaz de atender uma cidade de 3 mil habitantes”, calculou o consultor, ao revelar que o gás metano, produzido em Diamantino, será aproveitado como uma fonte de energia para atender todo o empreendimento, e ainda terá capacidade de uma reserva técnica do dobro da energia a ser consumida.
Lara comentou que o grupo vai reaproveitar 80% de toda vazão líquida tratada. “Vamos instalar mais duas estações de tratamento de água para esse líquido final, além dos biodigestores que fazem o primeiro tratamento”, disse. Com o sistema será possível também sequestrar créditos de carbono e, assim, atender o Protocolo de Kyoto “e aí estaremos credenciados mundialmente para vender os nossos produtos produzidos aqui e colocá-los em caráter internacional” analisou ainda o consultor prevendo uma geração de créditos de carbono de aproximadamente de R$ 1 milhão por ano.
Integrou a comitiva do governador, os secretários de Estado José Aparecido dos Santos (Projetos Estratégicos/MT Regional), Pedro Nadaf (Indústria, Comércio, Minas e Energia), Adilton Sachetti (Apoio e Acompanhamento às Políticas Ambientais e Fundiárias) e o deputado federal Homero Pereira. Também acompanharam a visita prefeitos da região.
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