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Educação/Vestibular
Segunda - 29 de Junho de 2009 às 12:30

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Maria de Fátima, Sandra, Maria Angélica, Jane e Elenice cansaram de ficar em casa tomando remédio para pressão alta e depressão. Com idades entre 36 e 59 anos, essas mães e avós decidiram arregaçar as mangas e fazer dupla jornada na Escola Municipal Professora Venina Corrêa Torres, em Nova Iguaçu, onde estudam 131 crianças em tempo integral. Batizadas de Mães Educadoras, elas dão banho, servem refeições e, se preciso, preperam os alimentos para os pequenos.

O movimento silencioso delas e de outras 470 mães voluntárias que atuam em mutirões na Baixada contribue para melhorar o ensino público na região.

Em Nova Iguaçu, a prefeitura está recrutando mais 500 mães para atuar em 30 escolas que terão horário integral eme agosto. Para se candidatar, é preciso ter renda mensal de até R$ 930 e ser responsável por uma criança matriculada em escolas municipais.

"Com a presença delas nas escolas, o desperdício de alimentos diminuiu muito. O trabalho acabou aumentando a autoestima delas", avalia a secretária adjunta de Educação, Bernadete Rufino. Uma das voluntárias, Elenice Neves, 47 anos, foi a primeira a entrar no programa. "Com os filhos crescidos, sentia a casa vazia e comecei a sofrer de depressão. Hoje tenho o carinho das crianças", diz.

Em Barros Filho, bairro carioca com um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano, indicador adotado pela ONU para medir o desenvolvimento socioeconômico no mundo todo), grupo de pais, do projeto Amigos da Escola, se mobilizou para cuidar dos alunos e da manutenção do Ciep Rubens Gomes. Situado entre os morros do Chapadão e da Lagartixa, onde três facções do tráfico de drogas vivem em guerra, o Ciep tem desempenho acima da média da rede municipal. Só 0,5% dos alunos abandonam a escola. Quando isso ocorre, o pai Marcelo Lima, 41, vai atrás: "Levo um aviso às famílias e tento trazê-lo de volta. Quando percebo que algum jovem está indo para o tráfico, levo para minha escolinha de futebol".

O comerciante Jocemir dos Reis, 35, pai de Clarisse, 9, troca lâmpadas e estimula a leitura com contação de histórias. Jorge Gomes, 33, faz consertos, mexe na fiação e o que mais for preciso. Há 7 anos, o Ciep não é invadido, pichado ou depredado. "Trouxemos a comunidade para dentro da escola", diz a diretora Rejane Faria. Em Realengo, a mãe de Ana Clara, 6, Denise Cariello, encarna a Emília para estimular a leitura nos alunos da E.M. Ten.Cel. PM Eduardo Villaça. "Voluntário é lição de vida", reconhece a diretora Cláudia Knop.

Pais e mães de alunos das escolas municipais de Duque de Caxias participam das atividades escolares dos filhos, através dos Conselhos Escolares de Gestão Participativa, implantado pela prefeitura. Cada conselho é composto por 8 pais, 6 professores, 2 técnicos, 2 alunos, 2 funcionários e uma diretora.

Toda vez que decisão precisa ser tomada os membros se reúnem. Uma das funções dos pais é fiscalizar a aplicação das verbas federais que chegam às escolas. Eles monitoram até a qualidade da alimentação oferecida, sugerindo cardápios para a merenda. Secretária de Educação de Caxias, Maria de Lourdes Henriques acredita que os conselhos dão mais transparência ao trabalho e aproximam a comunidade. "A escola se torna uma extensão de seus lares", avalia.

Você pode ser voluntário e também ajudar escolas públicas. Algumas atividades podem ser desenvolvidas por quem não é do ramo da Educação, como apoio a alunos com dificuldade de aprendizado; controle de frequência, contação de histórias; mutirão de reforma; promoção de eventos como rifas e gincanas para angariar fundos para obras; organização de oficinas de artesanato, iniciação à informática, culinária, jardinagem, horticultura, fotografia e vídeo; organização de passeios e jogos; aconselhamento psicológico de crianças e famílias e bibliotecário. Mais informações em www.riovoluntario.org.br.




Fonte: O DIA

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