Mercado de trabalho cresce menos e barra alta do emprego
Apesar de certa estabilidade na taxa global de desemprego em maio, o mercado de trabalho vem tendo, em 2009, desempenho inferior ao que era observado no ano passado. O gerente da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), Cimar Azeredo, explicou nesta terça-feira que indicadores como a geração de empregos com carteira e a população ocupada crescem em ritmo bem menor.
"O avanço de 2007 para 2008 acabou se desfazendo quando se vai comparar 2008 com 2009. Um efeito da crise considerável é a procura por trabalho, ou seja, a pressão sobre o mercado, por não serem gerados postos, ainda é bastante forte", afirmou.
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em 8,8% em maio, estável em relação a abril (quando a taxa ficou em 8,9%), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De janeiro a maio, o emprego com carteira registra alta de 2,9% este ano, ante 8,6% de avanço em igual período em 2008. Já a população ocupada, que havia crescido 3,5% nos cinco primeiros meses de 2008, aumentou apenas 0,9% de janeiro a maio deste ano.
A falta de geração de novos postos de trabalho vem fazendo com que a taxa de desemprego brasileira se comporte de forma diferente este ano. O cenário de estabilidade no mercado indica que há atraso na redução da taxa, se forem comparados os outros anos da série histórica.
No ano passado, por exemplo, o índice de desocupação começou a cair de forma significativa em abril. Geralmente, a inflexão da taxa de desemprego ocorre, no máximo, em maio.
"Estamos, de certa forma, com dois meses de atraso, pro ponto de inflexão da taxa de desemprego, mediante análise da série histórica. Ano passado, a taxa caiu em abril, e este ano, ainda não cedeu. E não cede por conta de que não estão sendo gerados postos de trabalho, a população em idade ativa continua aumentando e aí a pressão no mercado tende a aumentar", observou Azeredo.
Outro dado significativo foi a queda na renda do trabalhador, que teve variação negativa de 1,1% frente a abril. Segundo Azeredo, as maiores perdas foram notadas entre a população cujos rendimentos são mais altos, caso dos empregados na administração pública, educação, saúde, serviços prestados a empresas e intermediação financeira.
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