Crise derruba em 15% o número de milionários no mundo
A crise, que afundou em níveis recordes algumas das principais economias globais e derrubou grandes Bolsas, também diminuiu o número de milionários no mundo em 2008, encerrando um ciclo de seis anos seguidos de alta. No Brasil, a queda foi menos intensa que a média, permitindo que o país avançasse na lista dos que têm maior número de milionários.
O número de pessoas no mundo com patrimônio de ao menos US$ 1 milhão (excetuando a sua principal residência) caiu 14,9% entre 2007 e 2008, para 8,6 milhões. Foi a primeira queda desde 2001, e de forma intensa -o recuo anterior havia sido de 1,4%.
O patrimônio total dos milionários recuou com ainda mais força: 19,5%. Isso quer dizer que US$ 7,9 trilhões (ou mais da metade do PIB de 2008 da economia americana) deixaram de estar nas mãos de milionários, que ainda assim mantinham US$ 32,8 trilhões em 2008. Ou seja, pouco mais de 1% da população concentrava mais da metade do equivalente a todos bens e serviços produzidos no mundo no ano passado.
A pesquisa afirma que a crise também mudou o perfil das aplicações dos milionários. Com as Bolsas mundiais perdendo praticamente uma década de ganhos em 2008, eles passaram a priorizar investimentos mais seguros e hoje dinheiro e títulos de renda fixa respondem por 50% do portfólio.
No Brasil, o número de milionários teve queda de 8,4%, mas o total de 131 mil pessoas foi suficiente para que o país pela primeira vez ficasse entre os dez primeiros do ranking geral, ultrapassando Espanha e Austrália, diz estudo da consultoria Capgemini e do Merrill Lynch.
Uma das explicações para a queda menor no Brasil é que os milionários na América Latina tendem a fazer investimentos mais conservadores que os americanos, por exemplo, favorecendo aplicações de renda fixa -a Bovespa recuou 40% no ano passado.
Segundo o estudo, o número de milionários na América Latina deverá voltar a se expandir quando as economias dos EUA e da Ásia começarem a se recuperar, já que a região tem as commodities e a capacidade industrial que serão necessárias no período de retomada.
O Brasil é a 11ª nação mais desigual do mundo, segundo levantamento da ONU com 126 países, ficando atrás de localidades como Zimbábue e Nepal.
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