Subtenente pega 33 anos de cárcere

Em Cáceres, militar reformado do Exército abusava de 4 crianças, uma delas, deficiente. Aliciava as meninas oferecendo brinquedos e pequenos agrados

O subtenente reformado do Exército Brasileiro, Cláudio José de Souza, de 62 anos, foi condenado a 33 anos e dez meses de reclusão pelo crime de abuso sexual. A sentença foi proferida no último dia 19 pela juíza Elza Yara Ribeiro Sales Sansão, da 1ª Vara Criminal de Cáceres, após oferecimento da denúncia pelo Ministério Público Estadual. O autor da denúncia, promotor de justiça Samuel Frungilo, afirma que os crimes aconteciam na casa do acusado. Ao todo, foram cinco vítimas, quatro delas crianças - uma portadora de necessidade especiais - que eram levadas à casa do militar por T.B.S., mulher que trabalhava no local como doméstica. Ela também é mãe de uma das vítimas e tia das outras três.

T.B.S. tem deficiência mental e foi contratada como faxineira. No início, levava para o trabalho apenas a filha, também portadora de deficiência. O militar, para ficar sozinho com a criança, mandava a empregada ao supermercado, quando, então, abusava sexualmente da criança, na época, com dez anos. Sem saber o que ocorria, a mulher começou a levar também três primas da filha, todas menores.

As pequenas vítimas – entre 8 e 11 anos -, no depoimento, relataram à polícia que ele as beijava, dava banho, passava a mão no corpo, as fazia vestir roupas como saias, lingeries e biquínis, e as presenteava com enfeites de cabelo e brinquedos. Mostrava revistas pornográficas e pedia para que as crianças fizessem com ele o que viam nas revistas. Com a filha da empregada ele praticou sexo. Todas são de famílias pobres e moradoras do bairro do Junco, na periferia da cidade.

O acusado ligava para um orelhão no bairro, falava com uma das meninas e convidava a todas para irem até sua casa prometendo banhos de piscina e presentes. Com a menina deficiente, ele se trancava em um dos quartos da casa, aproveitando a ausência da mãe. Enquanto ficava com a menina no quarto, ele dava lápis e cadernos para as outras crianças desenharem.

O militar foi acusado por vizinhos de receber crianças em casa. A suspeita de pedofilia foi confirmada por parentes de várias meninas que freqüentaram a residência do militar por um período. O abuso acontecia durante o dia. À noite, a casa era usada como ponto de encontro para a prostituição. O militar morava sozinho na rua dos Soteros, bairro Poupex I, e alugava os quartos para encontros amorosos.

O subtenente foi preso no dia 1º de setembro, estando, desde então, recolhido no interior do 2º Batalhão de Fronteira. Ele foi denunciado e condenado a seis crimes distintos respondendo ainda por práticas previstas na Lei de Crimes Hediondos. Com a sentença, deve ser encaminhado hoje para a Cadeia Pública de Cáceres. (Com assessoria)