Pesquisadores brasileiros e americanos são presos no Pantanal
Cinco pesquisadores, sendo dois brasileiros e três americanos, foram presos em flagrante anteontem pela Polícia Federal em Corumbá (a 403 km de Campo Grande) sob a suspeita de realizarem extração de sedimentos minerais em lagoas no Pantanal sem autorização.
Segundo o delegado da PF Adriano Medeiros do Amaral, o grupo estava na baía Vermelha, uma área de preservação ambiental permanente no Pantanal, sem comprovante de intercâmbio ou convênio com uma entidade de pesquisa do Brasil.
Foram presos os brasileiros Fabrício Aníbal Corradini e Aguinaldo Silva, e os norte-americanos Mark Andrew Tress, Kellu Michael Wendt e Michael Matthew McGlue.
Os brasileiros são doutorandos na Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Rio Claro (SP). Os americanos são vinculados à Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Unesp afirmou que os pesquisadores brasileiros possuíam autorização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para realizar uma pesquisa na área de geologia.
Os americanos, segundo a Unesp, foram convidados pela universidade paulista para também coletar o material.
O delegado da PF afirmou que a prisão dos brasileiros só ocorreu porque eles auxiliavam os americanos.
Segundo ele, desde 2007 o grupo enviava o material para análise nos Estados Unidos sem fiscalização.
"Os dois brasileiros tinham um projeto e apresentaram a autorização para a coleta. Mas os americanos não tinham autorização para nada. Eles só tinham visto de turista e não podiam fazer nenhuma pesquisa. Os brasileiros foram presos por cooperar com os três americanos", disse o delegado.
Um dos advogados que defende os suspeitos, Arthur Koga, disse que a prisão dos brasileiros foi irregular, já que eles tinham autorização para as coletas. "Eles não estavam pegando nenhum minério. Eram só sedimentos, barro e lama do fundo da lagoa para estudar a geologia e as mudanças climáticas na região", disse.
Os brasileiros foram soltos no início da noite de ontem, após o pagamento de fiança de R$ 1.550, cada um.
Os americanos continuavam presos. Conforme o advogado, o caso deles é mais complicado por conta do visto de turista. Hoje, os advogados devem apresentar um pedido de libertação dos três estrangeiros.
Segundo a PF, os cinco pesquisadores serão indiciados pelos crimes de usurpação ou exploração de matéria-prima pertencente à União e execução de pesquisa de recursos minerais sem autorização. Somadas, as penas para esses crimes, em caso de condenação, chega a sete anos de detenção.
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