Confiança do consumidor cresce após duas quedas
A confiança do consumidor na economia brasileira cresceu pela primeira vez desde a piora na crise financeira internacional, em setembro do ano passado. De acordo com levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), houve uma alta de 3,7% no índice no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre de 2009.
Nos dois trimestres anteriores, havia piorado o nível de confiança do consumidor. Por isso, apesar da melhora, o índice ainda está 4,6% abaixo do patamar registrado no terceiro trimestre de 2008, antes da piora na crise. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a confiança ficou praticamente inalterada.
De acordo com a CNI, a melhora foi motivada pelas expectativas em relação ao emprego e à inflação --o otimismo sobre estes índices teve alta de 17% e 11,2%, respectivamente, em relação ao início deste ano.
Em relação à renda, a expectativa do consumidor registrou uma pequena piora (-0,4%) em comparação com o começo do ano. Já o índice de endividamento indicou uma melhora na situação financeira do brasileiro.
Gastos
Apesar dessa melhora, a CNI diz que o índice que aponta a perspectiva de gastos do consumidor ficou praticamente estável --aumento de 0,2%-- na comparação com o trimestre anterior e caiu 2,2% sobre o mesmo período de 2008.
"A melhora na confiança ainda não deve se traduzir em crescimento de compras de bens de maior valor. Mesmo com os incentivos pontuais oferecidos pelo governo federal, o índice que reflete as perspectivas de compras de maior valor no trimestre registrou aumento apenas marginal", diz a CNI.
A CNI entrevistou 2.002 consumidores em 143 municípios em todo o Brasil.
São Paulo
Outra pesquisa divulgada hoje, pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de São Paulo), aponta que o endividamento das famílias paulistanas caiu pela segunda vez consecutiva neste mês. Em junho, o total de famílias endividadas atingiu 49%, ante 52% em maio. Em relação a junho do ano passado, o índice ficou estável em 49%.
"O aumento da confiança do consumidor é um dos fatores que favoreceu a melhoria dos resultados da pesquisa deste mês, influenciado, principalmente, pela continuidade da expansão da oferta de crédito ao consumidor, expectativa de redução da taxa de juros, bem como as medidas pontuais do governo para o aquecimento da economia", afirmou o economista da Fecomercio, Adelaide Reis.
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