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Quinta - 18 de Junho de 2009 às 07:59
Por: Dana Campos

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Mesmo diante de outras pessoas e com ar de tranqüilidade, homem se atirou

Com um semblante de tranqüilidade, diante de pessoas e com tempo para se despedir com um aceno. Foi desta forma que, por volta das 13h30 de ontem, o comerciante José Carlos Gomes de Arruda, de 54 anos, se jogou no precipício do Portão do Inferno, na estrada para Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros de Cuiabá.

Antes de cometer suicídio, relatou o vendedor da pamonharia que fica instalada às margens do paredão, Wenderson Filsner, José Carlos pediu a ele que guardasse uma bolsa que continha uma blusa de frio, a carteira com documentação e R$ 304 em dinheiro. “Ele disse que precisava fazer necessidades e pediu para cuidar da bolsa. Depois não o vi mais. Só vi depois o pessoal que estava aqui apavorado dizendo que um homem tinha pulado do Portão”, contou.

No momento da queda, dois transportadores de bebidas – Gilberto Aparecido Moreira e Junior Alves Silva – faziam a descarga dos produtos na pamonharia. Ao observar que José Carlos estava na grade do paredão, tentaram convencer o comerciante a desistir do ato. Sem sucesso, o comerciante que falava ao celular com a nora – Neuza Fernanda Umbelino da Silva Arruda – acabou se jogando, caindo em queda livre a 67 metros de altura.

As duas testemunhas disseram à Polícia Militar que antes de pular, José Carlos jogou o telefone em direção a eles, pediu para que cuidassem do aparelho e ainda deu tchau.

Considerado um dos principais pontos turísticos de Chapada dos Guimarães, o Portão de Inferno já serviu de palco para outros suicídios recentes, como o da estudante de Direito Eiko Nayara Uemura, de 23 anos. Ela morreu em abril deste ano, após ser apontada como um dos “laranjas” envolvidos na quadrilha supostamente chefiada pelo tio, o empresário do ramo hortifrutigranjeiro, Júlio Uemura.

Conforme o investigador de polícia José Siplaki Neto, o corpo do comerciante foi encontrado “exatamente” no ponto onde foi encontrada a estudante e, também, o corpo do ex-presidiário Edson Neves Rosa, de 26 anos, que foi arremessado do mesmo local pelo tenente da Polícia Militar Sávio Pelgrini, em novembro do ano passado.

Siplaki detalhou que por ser uma área de paredão côncava, e o ponto de queda ser uma vazante de enxurrada, “qualquer um que cair dali será encontrado no mesmo ponto”.

No caso do comerciante, os familiares informaram, em depoimento prestado ao delegado da Polícia Civil de Chapada dos Guimarães, João Bosco, que a vítima dizia há muito tempo que cometeria o suicídio. “Para eles (familiares) não foi nenhuma surpresa”, afirmou Bosco. Ele andava deprimido, conforme informou a família ao delegado.

RESGATE – Para retirar a vítima do despenhadeiro, o Corpo de Bombeiros deslocou seis militares. Conforme a aspirante Poliana Keila Candido, três homens desceram primeiro para fazer o estudo da área. Em seguida, outro bombeiro desceu de rapel levando os equipamentos. Os demais deram apoio para içar a vítima. Foram utilizados maca, molas, cabos e corda. O procedimento de remoção do corpo demorou cerca de 1h30.





Fonte: Diário de Cuiabá

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