Minc nega ter feito apologia às drogas em Marcha da Maconha

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,negou nesta terça-feira ter feito qualquer apologia às drogas por ter participado da Marcha da Maconha, realizada no Rio de Janeiro em 9 de maio. O ministro participou de audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Ele foi convocado por requerimento apresentado pelo deputado Laerte Bessa (PMDB-DF).

Durante a audiência, Carlos Minc afirmou ter a mesma postura em relação ao assunto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que o ministro da Saúde, Jose Gomes Temporão e que alguns "prêmios Nobel da economia que analisaram o custo da guerra das drogas".

O ministro classificou a criminalização da maconha como fator gerador da "guerra do tráfico" e apontou o álcool e o cigarro convencional como problemas tão ou mais prejudiciais à saúde. "Essa manifestação foi autorizada pela Justiça. Nesta, se pedia para que se legalizasse a maconha, para que fosse como álcool e cigarro, que fazem mal. Se o cigarro fosse proibido, ao invés de ir no armazém comprar, você teria que subir o morro pra comprar", exemplificou.

O ministro ressaltou que defende mudanças na atual legislação brasileira, mas nem por isso defende que a lei seja descumprida."Defendo mudanças na legislação e não o descumprimento da legislação atual. São coisas completamente diferentes", disse.

"Há mais de 15 anos me interesso por esse tema. Escrevi artigos em jornais defendendo mudanças, sou autor de uma lei estadual sobre política de drogas que estabelece deveres e trabalha com o conceito de informação", completou o ministro.

Na visão de Minc, o uso de drogas, de maneira geral, deveria ser visto como um problema de saúde, para que os usuários tivessem condições de se tratar na rede pública para serem reinseridos na sociedade.

"É preciso tratar a dependência como uma questão de saúde pública e não de polícia. Tratar o usuário como criminoso dificulta o acesso dele ao tratamento", afirmou.