França assumirá indenizações de voo 447, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira em Genebra, na Suíça, que o governo da França irá se responsabilizar por todas as indenizações a serem pagas a familiares de vítimas do voo 447 da Air France.
Lula afirma ter ouvido a promessa do presidente francês, Nicolas Sarkozy, em almoço privado que os dois dirigentes tiveram nesta segunda.
O avião da Air France caiu no oceano Atlântico no último dia 31 de maio, quando seguia do Rio para Paris com 228 pessoas a bordo. Até este domingo (14), 49 corpos foram resgatados.
O presidente brasileiro participa desde domingo de eventos no país europeu. Hoje ele fez seu primeiro discurso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), e sua agenda inclui ainda uma conferência da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
"Ele [Sarkozy] agradeceu o trabalho das Forças Armadas brasileiras, mandou um submarino [ao local das buscas] e disse que não vai sossegar enquanto não achar as caixas pretas", afirmou Lula.
A missão francesa em Genebra não quis comentar o assunto.
Sensores e buscas
A Air France substituiu todos os sensores externos que medem a velocidade da aeronave, o pitot, em seus aviões Airbus A330 e A340 por modelos de nova geração, afirmou à agência France Presse Erick Derivry, porta-voz do SNPL, sindicato majoritário da companhia aérea.
Na noite de domingo (14), os comandos da Marinha e da Aeronáutica informaram que os seis corpos de ocupantes do voo 447 que estavam em uma embarcação francesa foram transferidos para uma da Marinha brasileira, o que eleva para 49 o número de corpos resgatados do Atlântico.
Ontem, não foram localizados outros corpos ou destroços no oceano. O submarino francês Émeraude realiza buscas pela caixa-preta na área em que foram encontrados corpos e destroços --uma área a cerca de 1.350 km de Recife (PE). Sem as caixas-pretas pode ser impossível saber o que causou o acidente.
Reportagem publicada nesta segunda-feira pela Folha mostra que uma chuva forte pode enganar o radar do Airbus-A330 e fazê-lo entrar em regiões com violentas tempestades.
Em meio às dúvidas técnicas que ainda pairam sobre o acidente com o voo 447 da Air France, essa questão pode ajudar a responder por que o avião aparentemente entrou em uma região com condições meteorológicas tão adversas no trajeto entre o Rio e Paris.
Ontem, o presidente da EADS (Empresa Europeia de Aeronáutica e Defesa, que controla a Airbus), Louis Gallois, afirmou que "neste tipo de acidente, não existe uma [só] causa. "É a convergência de diferentes causas, criando um acidente. É essencial para que todos saibam o que aconteceu."
Com Associated Press e Agência Brasil, em Genebra, e Efe
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