Tropa de Choque jogou bombas de gás lacrimogênio para conter protesto. Mais de 300 mil pessoas estão sendo afetadas pela paralisação de ônibus.
Vândalos incendeiam ônibus durante paralisação de rodoviários, no AM

Um grupo de vândalos incendiou um ônibus da empresa Global Transportes na manhã desta segunda-feira (1°) durante protesto de rodoviários em frente ao Terminal 5, localizado na Avenida Autaz Mirim, Zona Leste de Manaus. Segundo informações da Polícia Militar, os suspeitos do crime estariam revoltados por não conseguirem sair do local para ir trabalhar devido à paralisação dos funcionários da companhia, a qual afeta mais de 300 mil pessoas na cidade. Veja fotos do tumulto.


 

Outro ônibus e um veículo do Corpo de Bombeiros chegaram a ser depredados a pedradas e pauladas pelos vândalos durante o protesto. Equipes da Tropa de Choque da Polícia Militar e da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) estão no local e chegaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.


 

De acordo com informações do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Manaustrans), mais de 300 trabalhadores da empresa realizam um protesto nas Avenidas Autaz Mirim e Cosme Ferreira. Um trecho do Terminal 5 está interditado pela manifestação dos rodoviários.



Entre as reivindicações dos rodoviários estão um pedido de gratificação extra de R$ 90 para motoristas de ônibus articulados e atraso no pagamento do FGTS e INSS. "Esse é um dos direitos dos trabalhadores que a empresa precisa cumprir com os funcionários. Não queremos prejudicar a população, mas, não podemos continuar com essa situação", reclamou o cobrador, João Batista.


 

O vendedor Diego Almeida, de 27 anos, perdeu um dia de trabalho por causa da manifestação. "Acho o movimento justo. Isso não é culpa da população e sim dos empresários do setor. Quem sabe eles não se conscientizem com esse tipo de protesto", disse.

 

Segundo o gerente da Global Transportes, Rosano Conte, a redução no valor da tarifa prejudicou a empresa. "Esse problema dos benefícios são da época em que a empresa era gerida pela Vitória Régia, a qual deixou uma dívida de R$ 8 milhões para a Global Transporte acertar de FGTS e INSS. Estamos dispostos a negociar sim, tanto que havia um plano de acertar isso no prazo de um ano. Porém, tivemos problemas nesse planejamento depois da redução da tarifa de ônibus que passou de R$ 3,00 para R$ 2,75", declarou.


 

Procurado pelo G1, o titular da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho, criticou a forma com a paralisação aconteceu. "Não houve aviso prévio por parte dos manifestantes dessa paralisação. Essa não é uma atitude correta. Reivindicar é um direito, mas primeiro é necessário o diálogo. Os órgãos públicos não podem ser surpreendidos", afirmou. O secretário informou que está indo até a garagem da empresa para resolver a situação.