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Agronegócios
Sábado - 06 de Junho de 2009 às 12:43
Por: Sílvia Devaux

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O sistema de integração agricultura e pecuária, desenvolvido na Fazenda Arrossensal, no município de Nortelândia (253 km a Médio-Norte de Cuiabá), foi apontado nesta sexta-feira (05.06) pelo governador Blairo Maggi como modelo do desenvolvimento sustentável que o governo de Mato Grosso tem defendido. A revelação foi feita durante o primeiro Dia de Campo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), realizado no município em parceria com o Grupo Camargo Corrêa.

“Essa junção da agricultura e pecuária é mais que necessária para Mato Grosso. Nós temos que aumentar a produção de alimentos no Brasil e no mundo, e vamos fazer em cima da área de pecuária sem a redução da atividade. O segredo está aqui nesta fazenda, está aqui para quem quiser fazer e aprender”, disse Blairo Maggi durante participação no evento. O vice-governador do Estado, Silval Barbosa, e o secretário extraordinário de Projetos Estratégicos, José Aparecido dos Santos (Cidinho) acompanharam o governador.

O Grupo Camargo Corrêa, fundado na década de 60, começou suas atividades com a exploração da pecuária (nelore e comercial), mas ao longo do tempo diversificou para agricultura (soja, milho, safrinha e sorgo), geração de energia e mineração. Na Arrossensal, como lembrou o governador, existe uma área de produção agrícola significativa, com quase dez mil hectares de agricultura que era de pecuária, e a mesma quantidade de gado que tinham antes têm agora com pastagens bem melhores.

O engenheiro agrônomo do Grupo, Luis Antonio Felippe, mostrou, inclusive com números, que é possível tornar a propriedade produtiva e rentável, com sustentabilidade e sem desmatamento. Segundo o técnico, uma das estratégias do negócio é o confinamento do rebanho desde que o pecuarista saiba investir em ferramentas como nas melhorias de pastagens, genética, Inseminação Artificial com Tempo Fixo (IATF) e preservação ambiental. O Melhoramento Genético, Confinamento e Manejo de Gado de Corte/IATF foram temas em destaque no evento.

Felippe apresentou ao governador e comitiva o sistema desenvolvido na Arrossensal, desde a integração agricultura e pecuária à comercialização que envolve ainda a responsabilidade social e ambiental, além de todos os detalhes para o desenvolvimento de cada atividade. Dentre eles, um cronograma de abate do rebanho confinado com estimativa de custo por animal, estimativa da arroba e os resultados do sistema, incluindo o peso antes e durante o confinamento.

MATO GROSSO

Blairo Maggi voltou a falar da proposta do Governo em se aproveitar uma parte da área ocupada hoje pela pecuária para a agricultura. “Temos uma atividade de pecuária bastante grande em Mato Grosso. São 26 milhões de cabeças de bovino para 25, 26 milhões de hectares. É praticamente uma vaca por hectare”, analisou o chefe do Executivo estadual. O Estado é o maior produtor de grãos e tem o maior rebanho do país, ocupando 7,8% do território para a agricultura e 26% a pecuária. “Precisamos conciliar a agricultura com a pecuária. Esse é um modelo a ser copiado”, concordou Silval Barbosa.

O Governo do Estado defende a transformação de parte da área da pecuária em agricultura, a exemplo do projeto desenvolvido pelo Grupo Camargo Corrêa considerando, sobretudo, o meio ambiente. Mato Grosso tem 63% de seu território preservado. “Queremos arrumar tudo que está errado, fazer a devida correção. Dos 27 estados produtores não há nenhum que faça uma produção tão sustentável, olhando o meio ambiente como nós”, argumentou Maggi, acrescentando que o governo sabe dos seus compromissos e responsabilidades; que está trabalhando dentro do que a legislação ambiental preconiza.

Além de técnicos, profissionais e entidades relacionadas ao Agronegócio, produtores rurais, prefeitos da região, os deputados Mauro Savi (estadual) e Homero Pereira (federal) participaram do Dia de Campo da Famato. O presidente da Federação Rui Prado lembrou, que o evento busca mostrar os cases de sucesso do agronegócio mato-grossense. A próxima edição do Famato em Campo ocorrerá no dia 24 de julho na Fazenda Ovídio, em Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá).

ECONOMIA

Ao ser questionado sobre a economia da região, o governador Blairo Maggi respondeu que a região Médio-Norte talvez seja uma das poucas no Estado que tenha uma infraestrutura tão bem montada, com terras boas e produção agrícola. A instalação de um frigorífico de bovino em Diamantino, que vai gerar pelo menos 3 mil empregos; projetos de avicultura em Nova Marilândia, que será inaugura ainda este ano; e os grandes frigoríficos e os aviários nos municípios próximos, são atividades que desenvolve a região trazendo emprego e renda.

“O governo sempre se preocupou em fazer com que o desenvolvimento do Estado aconteça de forma harmônica. Nós não podemos concentrar nossas atividades agroindustriais numa única região, numa única cidade. Temos que fazer essa divisão criando condições para que os empregos possam ser gerados naquela região e que as pessoas não tenham que se movimentar e mudar de cidades e também, que as rendas dessas regiões possam gerar mais recursos aos cofres municipais e melhorar a qualidade de vida das pessoas através dos serviços públicos que são ofertados”, explicou Maggi.

Conforme Blairo Maggi, o governo é favorável aos projetos de instalação das usinas de álcool e açúcar e que as barreiras são nacionais. A resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que impede a construção de novas usinas na região, “mas eu como governador já deixei claro à ministra Dilma (Casa Civil) e ao ministro Minc (Meio Ambiente) que Mato Grosso não aceita a exclusão do processo de produção de energia. Nem dessa e nem da Amazônia também”, completou. “Nós vamos brigar por isso até a última instância, no Supremo Tribunal Federal, se for necessário”, acrescentou.

PERDIGÃO/SADIA

O governador ressaltou, ainda, que a fusão dessas duas empresas vai trazer mais investimentos para essa região, que tem o milho mais barato do Brasil, o farelo mais barato, o clima mais excepcional e que tem produtores querendo participar dos programas. “Entre perdas e ganhos temos muitos ganhos nessa área e o Mato Grosso tem a felicidade de ter as duas empresas, com projetos novos, recém-inaugurado e em estágio de inauguração”, analisou.





Fonte: Secom-MT

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