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Economia
Sexta - 05 de Junho de 2009 às 13:52
Por: Cirilo Junior

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A inflação para as famílias de baixa renda tende a desacelerar ainda mais este mês, segundo o economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas), André Braz. Com isso, pela primeira vez desde dezembro de 2006, a taxa acumulada em 12 meses do IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1) deverá ficar abaixo do IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor - Brasil).

O IPC-C1 mede a inflação das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos mensais, em quatro capitais do país -- São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Já o IPC-BR verifica a inflação para as famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos, em sete capitais -- além das quatro do IPC-C1, pesquisa Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília.

"A tendência é que o IPC-C1 desacelere em junho, já que não haverá pressão dos preços administrados, dos medicamentos e dos cigarros. E ainda há perspectiva de recuo no preço de alimentos que pesam bastante nas famílias de baixa renda, como arroz, feijão, frango e açúcar", afirmou Braz.

Em maio, o IPC-C1 teve alta de 0,69%, ligeiramente abaixo dos 0,73% observados em abril. Nos últimos 12 meses, tem elevação de 5,55%, mesmo patamar verificado no IPC-BR.

O economista explicou que a principal pressão veio dos reajustes das tarifas de energia elétrica (8,70%) e de água e esgoto (20,79%) em Salvador. Também houve pressão dos medicamentos, cuja alta foi de 2,16% em maio. Nos últimos 12 meses, os remédios acumulam elevação de 6,85% dentro do IPC-C1.

"No caso do aumento dos preços administrados em Salvador, há um peso maior no IPC-C1, já que no IPC-BR, são sete capitais, e esse reajuste fica mais diluído", explicou Braz.

Os alimentos ficaram mais baratos para a baixa renda (-0,08%), influenciados pela queda dos preços do arroz e do feijão, principalmente. No acumulado dos últimos 12 meses, o arroz ficou 0,87% mais barato, enquanto o feijão tem deflação de 25,48%.

Ao mesmo tempo, o leite, que tem peso de 1,70% dentro do IPC-C1, vem mantendo trajetória ascendente. De janeiro a maio, acumula alta de 20,47%, a maior para o período desde 1996. Nos últimos 12 meses, ficou 18,41% mais caro. Somente em maio, o preço do leite subiu 9,58%, maior alta para este mês desde 2004.

"A alta do leite é sazonal, mas está mais intensa. Há entressafra, e as condições climáticas influem. Com o frio, as pastagens ficam prejudicadas, e o produtor tem que recorrer a outros produtos, mais caros, para alimentar o gado", comentou Braz.





Fonte: Folha Online

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