Duas mortes por hantavírus em Tangará da Serra
O município de Tangará da Serra (a 239 quilômetros de Cuiabá) teve confirmados dois casos de mortes ocorridas no início de maio, em menos de uma semana, causados pela hantavirose, doença provocada por um vírus encontrado em ratos silvestres. As vítimas, um homem de 32 anos e uma mulher de 38, apresentavam todos os sintomas característicos da doença e tiveram sua causa mortis confirmada por um laudo divulgado somente ontem. Ambos moravam em regiões com alta população de ratos silvestres – os vetores do vírus.
Na realidade, toda a região de Tangará da Serra é assolada pelo hantavírus devido à concentração de áreas agrícolas produtoras de grãos, que servem de alimentos para os animais, conforme explica a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Portanto, em Mato Grosso, a maioria dos casos ocorre nesta região, conclui a técnica Alba Valéria Gomes, responsável pela hantavirose na SES.
Para completar, no caso das duas mortes agora confirmadas, as duas pessoas viviam em zonas rurais. Guner Dorvalino dos Santos, o homem de 32 anos, vivia na área urbana de Tangará, mas trabalhava na construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), o que o fazia com que frequentemente se dirigisse à zona rural.
Já a mulher de 38 anos, Sonires Galhardo da Silva, vivia no assentamento Bezerro Vermelho, zona rural de Tangará. Além disso, na época de sua morte, foram constatados sinais claros da presença de ratos silvestres em sua casa. A Vigilância Epidemiológica, entretanto, não descartava que as duas vítimas tenham contraído a doença fora do município. Isso porque Sonires, na época, havia chegado recentemente a Tangará, vinda de Sapezal (480 quilômetros de Cuiabá), cidade da mesma região.
A DOENÇA – De acordo com a técnica Alba Valéria Gomes, responsável pela hantavirose na SES, os sintomas típicos da hantavirose são febre elevada, dores musculares e dificuldade de respirar. A pessoa com a doença geralmente acumula água no pulmão, o que pode levar a uma asfixia fatal. A doença é geralmente transmitida somente ao respirar poeira ou ter contato direto com restos de fezes, urina ou saliva de ratos contaminados.
Como prevenção, recomenda-se que, na zona rural, as construções sejam feitas a, no mínimo, 30 metros de distância dos matagais, onde vivem os ratos silvestres, que costumam freqüentar geralmente depósitos de grãos, como o milho, onde eles se alimentam e defecam.
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