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Economia
Terça - 02 de Junho de 2009 às 09:40
Por: Marcondes Maciel

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Escolha seria, segundo fontes, uma forma de compensar estado vizinho pela perda na disputa para sede da Copa

O cuiabano mal acaba de comemorar o anúncio da Fifa - que contempla a Capital como uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014 - e já recebe uma informação que cai como uma bomba para o Estado. De acordo com informações extra-oficiais, Cuiabá perderia a fábrica da Petrobras (R$ 700 milhões – cerca de R$ 1 bilhão, incluindo os investimentos paralelos) para Campo Grande. Seria uma espécie de “compensação” do governo federal ou “prêmio de consolação” pela perda da disputa por uma das subsedes. Além de Campo Grande, ficaram de fora Florianópolis, Rio Branco, Belém e Goiânia, que nos próximos cinco anos também receberiam maciços investimentos em infra-estrutura.

“Como o presidente Lula já afirmou, não haverá cidades derrotadas”, disse ontem uma fonte ligada ao Ministério das Cidades. A fonte admitiu que uma das formas de “compensar” Campo Grande seria através da fábrica de fertilizantes da Petrobras (uréia e amônia), que há três anos vem sendo disputada com Cuiabá. “Mas, a compensação não para por aí. Outros projetos irão contemplar Mato Grosso do Sul e também algumas atividades envolvendo a competição”, frisou a fonte.

A informação do Ministério das Cidades é reforçada por uma declaração do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, durante o evento do anúncio oficial da Fifa, domingo, em Paradise Island, nas Bahamas. “Estamos à disposição dos representantes das cinco cidades que ficaram de fora da lista para receber projetos de investimentos”. Ele ainda acrescentou: “Quero dizer que não há vencedores nem vencidos. A Copa do Mundo será realizada no Brasil e, desta forma, todos os estados e todas as cidades brasileiras estarão envolvidas e os empregos e demais benefícios chegarão não apenas nas 12 cidades-sede, mas em todo o resto do país”.

A reportagem do Diário tentou obter mais informações no Ministério de Minas e Energia. Junto à área de comunicação da Petrobras, o Diário solicitou informações sobre o projeto da fábrica de fertilizantes. A assessoria pediu que os questionamentos fossem encaminhados via e-mail mas, até o fechamento desta edição, por volta das 19h, não havia retornado.

De Brasília, o secretário adjunto da Casa Civil do governo de Mato Grosso, Jéferson de Castro, afirmou desconhecer informações sobre uma possível escolha de Campo Grande como a sede da fábrica da Petrobras. Contou que à tarde estaria em uma reunião no Ministério de Minas e Energia e pediu para que o Diário retornasse a ligação no final da tarde, porque ele iria incluir este assunto na agenda para saber se já havia alguma definição sobre a sede. No retorno, Castro disse que não havia nenhuma informação sobre o assunto.

Em abril, a diretoria da estatal brasileira, anunciou que até o final de maio, confirmaria – o que ainda não ocorreu - a localização de sua unidade de produção de fertilizantes, prevista para produzir um milhão de toneladas por ano (quase 50% da demanda nacional atual) em 2013. Os investimentos na unidade são de US$ 2 bilhões.

PETROBRAS – A estatal tem pressa em instalar a sua nova fábrica de uréia, amônia e gás carbônico, que atenderia toda a região Centro-Oeste, além do Triângulo Mineiro (MG) e Rondônia.

O cronograma da Petrobras é construir a usina em três anos, processando 1 milhão de toneladas de uréia/ano e 600 mil toneladas de amônia. A uréia é usada para produção de fertilizantes e na indústria moveleira. Há ainda previsão de fabricação de gás carbônico para a indústria de alimentos e bebidas.

Para produzir 1 milhão de toneladas de uréia por ano, haveria necessidade de 2,4 milhões de metros cúbicos de gás e 800 metros cúbicos de água por hora para o processamento industrial e a produção de uréia. A partir deste processo, serão obtidos 170 mil toneladas/ano de gás carbônico (usado na indústria de bebidas) e 186 mil toneladas de amônia (utilizada na fabricação de fertilizantes).

Esta será a terceira fábrica de uréia da Petrobras. As duas em funcionamento estão localizadas na Bahia e no Sergipe. Em 2006, dez cidades brasileiras pleiteavam o investimento da estatal. De acordo com fontes locais, oito foram descartadas e, agora, apenas Cuiabá e Campo Grande (MS) estão na disputa pela fábrica.





Fonte: Diário de Cuiabá

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