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Saúde
Sexta - 29 de Maio de 2009 às 06:10

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Pesquisadores de duas universidades do Canadá e dos Estados Unidos conseguiram fazer com que ratos se comportassem como drogados, após injetar no cérebro destes animais uma proteína secretada naturalmente pelo organismo.

A experiência, publicada hoje na revista Science, é "um passo importante" para entender os mecanismos biológicos envolvidos na dependência às drogas, explicou à Agência Efe o autor principal do estudo, o neurobiólogo mexicano Héctor Vargas-Pérez, da Universidade de Toronto.

Quando alguém se vicia em drogas, o centro de prazer do cérebro é "sequestrado" e o funcionamento normal dos circuitos de recompensa sofre alterações.

Agora ficou comprovado que uma proteína natural é responsável por essa mudança de um estado não dependente a um estado dependente dos opiáceos (morfina, heroína, etc.).

Este efeito ocorre quando esta proteína, conhecida como Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), é encontrada em altas concentrações na área tegmental ventral (VTA, em inglês) do cérebro, associada aos circuitos de recompensa do organismo, explicou Vargas.

Uma injeção de uma dose extra da proteína nos neurônios da VTA dos ratos fez com que os animais se comportassem como drogados e buscassem entorpecentes compulsivamente como se fossem viciados, apesar de não serem.

Segundo os cientistas, a proteína está diretamente implicada no mecanismo que atua como uma intersecção para mudar o circuito de recompensa do cérebro de um sistema independente da dopamina a um dependente.

"Quando se injeta diretamente BDNF na VTA, os mecanismos de recompensa dos animais funcionam como se estes fossem dependentes dos opiáceos, mas sem ter recebido droga alguma", explicou Vargas.

Pesquisas anteriores já tinham demonstrado que uma exposição crônica às drogas pode elevar os níveis da proteína BDNF nessa zona do cérebro.

"Se conseguirmos entender como os circuitos do cérebro mudam com o abuso das drogas, poderíamos potencialmente sugerir medidas para conter através de medicamentos os efeitos da dependência", afirmou o neurocientista Scott Steffensen, da universidade americana de Brigham Young, coautor do estudo.





Fonte: EFE

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