Brasil vive recessão após maior período de crescimento, diz FGV
O recuo acumulado na economia desde então é de 3,6%. O dado negativo vem depois do mais longo período de expansão no Brasil, com 21 trimestres seguidos de crescimento --entre o terceiro trimestre de 2003 e o terceiro trimestre de 2008. Neste intervalo, o país registrou avanço de quase 30%.
O Codace teve como objetivo datar os períodos de expansão e recessão da economia brasileira entre janeiro de 1980 e março de 2009.
Na semana passada, o ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu que a economia brasileira deve entrar em recessão técnica com o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano.
Ele, no entanto, minimizou a gravidade de tal situação, ressaltando que o país voltará a ter números positivos no segundo trimestre. Recessão técnica é o termo usado quando a economia do país se retrai por dois trimestres consecutivos.
Segundo a FGV, nas três últimas décadas, em comparação com economias desenvolvidas, a economia brasileira apresentou maiores volatilidade e incidência de períodos de excepcionalidade como os surtos de hiperinflação e os choques econômicos que marcaram o final dos anos 80 e início dos anos 90.
No intervalo analisado, a economia brasileira passou por sete ciclos de negócios completos, com duração média de 13,5 trimestres entre vales e vales e de 15,9 trimestres entre picos e picos. A duração média das expansões foi de 10,4 trimestres e das recessões de 5,4 trimestres.
A maior fase de expansão durou 21 trimestres entre o terceiro trimestre de 2003 e o terceiro trimestre de 2008, com crescimento acumulado de quase 30%, medido pelo PIB real trimestral. A maior recessão durou 11 trimestres, entre o terceiro trimestre de 1989 e o primeiro trimestre de 1992. Segundo o levantamento, nenhuma das quatro recessões ocorridas a partir do período de inflação mais baixa, após 1994, durou mais que cinco trimestres.
Retomada
A FGV não faz datação de quando o período de recessão deve terminar no Brasil. Para o governo, o pior momento da economia já passou e os efeitos mais fortes da crise foram observados entre outubro de 2008 a janeiro de 2009.
Mantega afirmou que a economia brasileira terá crescimento entre 3% e 4% no último trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Ele reafirmou que o Brasil terá condições de sair mais rapidamente da crise do que outros países e estimou uma expansão econômica de até 5% em 2010.
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