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Agronegócios
Quarta - 27 de Maio de 2009 às 15:42

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Mato Grosso é o segundo no ranking nacional em registros de hanseníase, atrás apenas de Tocantins. Tem 2.659 casos, número que pode ser muito maior, porque a subnotificação não permite a precisão nos dados. A média é mantida nos últimos 10 anos, por isso o estado é considerado hiperendêmico e Cuiabá lidera com189 ocorrências. O Brasil ocupa a segunda posição no mundo, atrás apenas da Índia, com cerca de 40 mil casos.

Entre as causas para o alto índice desta doença, que é transmitida pelo ar, está a deficiência no serviço de saneamento básico, falta de equipes de saúde capacitadas e processo migratório. Mato Grosso recebe constantemente pessoas de diversas partes dos país, características predominantes também em Maranhão e Pará, que dividem os primeiros lugares do ranking.

As alternativas para melhorar as ações de combate e o enfrentamento da doença no Brasil está sendo discutido em Cuiabá. Entre as medidas propostas está o reforço na assistência à população, que é considerado falho.

Dados - Um dos fatores que demonstram que os indicadores de um estado são altos é quando há vítimas crianças, já que a hanseníase demora em média de 2 a 7 anos para se manifestar e só é transmitida quando o contato com alguém infectado é intenso e duradouro. A coordenadora adjunta do Programa Nacional de Combate a Hanseníase do MS, Carmelita Ribeiro, relata que em um dia de visita a Alta Floresta foram descobertos 15 casos, sendo 5 de crianças. "Isso é preocupante, porque bem perto delas tem alguém que tem hanseníase e não está tratando".

Após a primeira dose de medicamento, o paciente não transmite mais a doença.

Um dos obstáculos para o mapeamento de casos e tratamento é a deficiência no atendimento. A coordenadora afirma que as equipes do Programa de Saúde da Família têm papel fundamental em identificar os pacientes, mas isso ainda não acontece de forma satisfatória. Os medicamentos são doados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas só são distribuídos a partir da notificação dos casos.

Muitos portadores não sabem que estão doentes, porque as manchas na pele podem ser confundidas com outras endemias. Representante de Mato Grosso no Programa do MS, Luciana Cegati avalia que os secretários municipais ainda não têm consciência da gravidade da doença e por isso não tratam o problema com seriedade. Outra dificuldade é o encaminhamento para cirurgias no caso de degeneração e amputação dos órgãos, porque os procedimentos não são feitos em Mato Grosso por falta de profissionais capacitados e hospital referência.





Fonte: A Gazeta

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