Argentina perdeu 100 mil empregos no 1º trimestre, diz estudo
Cerca de 100 mil postos de trabalho foram perdidos na Argentina durante o primeiro trimestre do ano, devido ao impacto da crise global e a fatores locais, aponta um relatório privado divulgado hoje que questiona as estatísticas oficiais sobre desemprego.
O Idesa (Instituto para o Desenvolvimento Argentino) assinalou que "não é crível" a taxa de desemprego de 8,4% correspondente aos primeiros três meses de 2009, que foi divulgada na sexta-feira passada pelo estatal Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Segundo cálculos oficiais, o desemprego não registrou variações frente ao primeiro trimestre do ano passado e ficou 1,1 ponto acima do nível registrado entre outubro e dezembro de 2008.
"Que o Indec diga que nos primeiros três meses o emprego cresceu em relação ao quarto trimestre de 2008 não serve como informação", afirmou o Idesa, que advertiu que os números sobre emprego são "outra evidência de que as manipulações sobre o sistema estatístico continuam e que são cada vez mais difíceis de dissimular".
No relatório, a empresa de consultoria explicou que a perda de postos de trabalho no começo do ano "é uma regularidade que vem se repetindo desde há uma década, sob contextos econômicos e trabalhistas muito distintos".
Nesse sentido, detalhou que nos primeiros trimestres de cada ano costumam ser registrados níveis de emprego inferiores aos do trimestre precedente, por ser o período de férias dos trabalhadores.
O Instituto de Estatística e Censos está envolvido em uma crise de credibilidade desde que no início de 2007 introduziu mudanças metodológicas na medida da inflação, cuja confiabilidade está em dúvida assim como a de outros indicadores-chave, como o da taxa de pobreza.
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