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Economia
Terça - 26 de Maio de 2009 às 13:19
Por: Marcela Rocha

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Em entrevista a Terra Magazine, Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, não vê "horizonte neste ano" para aumentar a rotatividade do emprego. Isto significa que o rendimento do brasileiro médio vai cair e o comércio será afetado.

O número de 106.205 vagas novas apurado em abril pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) em todo o País foi uma surpresa se comparada aos 34.828 postos abertos em março. Ao mesmo tempo, em sua pesquisa, Pochmann aponta o crescimento da rotatividade no trabalho.

A taxa média mensal de rotatividade com carteira assinada foi de 3,7% para 3,9%, entre outubro de 2007 e março de 2008. Nesse período de vacas magras, a rotatividade atingiu 23,4% de aproximadamente 29,4 milhões de trabalhadores formais do setor privado.

Numa "baixa econômica", a rotatividade deveia cair, pois "os empregados, diante da dificuldade de encontrar outro emprego, tendem a fazer tudo para permanecer no posto e não perder a oportunidade de trabalho". Isto não está acontecendo, ou seja, explica Pochmann, "as empresas é que estão aumentando a rotatividade". Pochmann explica, de maneira simples, sua avaliação:

- O salário médio está sendo afetado por estarem sendo demitidas pessoas com melhores remunerações para que sejam contratadas pessoas de menor remuneração. O desemprego está crescendo na indústria, onde os salários são menores.

Apesar das negativas, Pochmann traz boas notícias: "A previsão é de queda da inflação". Segundo o presidente do Ipea, a inflação tem subido com a valorização cambial, que não se deu de forma simultânea à redução do consumo nem à redução do preço das commodities.

Contudo, destaca que enxerga uma certa valorização do câmbio e, por isso, acredita "que o consumo vai expandir, então o contexto geral é de queda da inflação".

Entre altos e baixos, a perspectiva de crescimento é mantida tanto entre os mais, ou menos otimistas. Contudo, "se for registrada queda do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre deste ano, 2009 inteiro estará comprometido, um ano perdido", lamenta Pochmann. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB do primeiro trimestre sairá em 9 de junho. Esperemos.





Fonte: Terra Magazine

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