Manifestantes cobram afastamento do reitor da Unemat em Sinop
Representantes dos estudantes e professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) protocolaram na Casa Civil, sob o "comando" de Eumar Novacki, na tarde desta quinta (21), documento pedindo o afastamento do reitor Taisir Mahmudo Karim. Eles apontam 29 irregularidades na gestão de Taisir, dentre elas o atraso na implantação do novo estatuto da instituição, elaboração ilegal de um calendário escolar com quatro meses a menos de aulas, sucateamento da infraestrutura da universidade e a criação de um curso sem o cumprimento dos trâmites internos da entidade.
Segundo informações da Associação dos Docentes da instituição (Adunemat), o novo estatuto deveria ter entrado em vigor em janeiro deste ano, conforme prevê a Lei Estadual Complementar 320/2008. O documento foi aprovado no II Congresso Universitário, promovido em dezembro de 2008 e homologado somente em abril deste ano. Para que o estatuto passe a vigorar, o documento precisa ser referendado ainda pelo Conselho Curador, que nem sequer chegou a ser constituído pelo reitor.
Representantes da Adunemat alegam que o novo calendário que encurta o período escolar foi elaborado por determinação de Taisir, sem passar pelo aval dos membros do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conepe). Situação semelhante teria ocorrido com a criação de um curso de Administração no campus da Unemat de Juara, no início deste ano. A proposta não teria sido analisada pelos membros do Conepe e o vice-presidente do Conselho, também vice-reitor da Unemat, Elias Januário, já se manifestou contra a criação do curso.
Os estudantes "engrossam o coro" dos professores contra o reitor. "A Unemat não pode ficar mais sob o comando de uma pessoa que só cumpre a lei na base da ação judicial. O governo do Estado precisa apurar as denúncias. Só depois disso, se ele (Taisir) não tiver culpa no cartório, deverá voltar ao cargo”, disse a presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), campus de Sinop, Graciele Marques dos Santos.
Cerca de dois mil estudantes da Unemat deflagraram greve nesta terça (19) para cobrar instalação imediata do Conselho Curador, revogação do novo calendário e contratação de funcionários para a biblioteca, que está sob ameaça de fechamento. “Queremos que o governo afaste o reitor para que as denúncias sejam investigadas. Chegamos ao nosso limite. Professores são perseguidos pela gestão atual, que não cumpre a lei e não respeita os conselhos internos da universidade. Vamos dar um basta nisso”, cobrou a presidente da Adunemat, professora Maria Ivonete de Souza.
Comentários