Sema prefere alugar aviões e alega que compra é inviável
A menos de dois meses do período de queimadas, o secretário estadual de Meio Ambiente Luis Henrique Daldegan disse que vai seguir com a mesma estratégia política e ambiental adotada no ano passado. A única diferença está no orçamento, que teve um incremento de 60%. Em 2008, foram destinados R$ 2,5 milhões aos projetos e campanhas de combate às queimadas ilegais. Já para este este, estão previstos R$ 4,5 milhões. A Sema vai alocar aeronaves, especialmente utilizadas no combate a incêndios florestais durante os três meses mais secos do ano, em que a incidência de focos de calor aumenta consideravelmente. Tratam-se de pequenos aviões bimotores, que possuem compartimento para reservatório de água, com capacidade de armazenar entre 500 e 3 mil litros e que atendem principalmente as ocorrências em locais de difícil acesso.
Essa medida “abraçada” pelo governo tem gerado críticas, uma vez que o Estado, ao invés de locar as aeronaves, poderia comprá-las, dotando de melhorar estrutura, por exemplo, o Corpo de Bombeiros. No ano passado, a pasta conduzida por Daldegan contratou, sem licitação, a empresa Tucano Aviação Agrícola Ltda para “apagar o fogo”. Pelo trabalho feito em 15 dias, com 135 horas ao custo de R$ 3,2 mil/hora, foram gastos R$ 438,3 mil. O secretário nega que, desta vez, o Estado tenha intenção de alugar avião a jato para o combate às queimadas.
O coordenador de gestão do fogo da Sema, tenente-coronel Alexandro Borges, afirma que não haverá locação de uma aeronave desse porte. Afirma desconhecer qualquer pleito nesse sentido. Confirma ainda que o governo deve fechar contrato novamente com locadoras de aeronaves, mas que ainda não se sabe qual será o custo, nem quantos aviões serão contratados entre 15 de julho e 10 de outubro, período de vigência da proibição de queimadas. “Tudo depende de levantamentos de custos”, acena o tenente-coronel, ao afirmar que terão continuidade as ações em conjunto com a Companhia de Operações Aéreas (Ciopaer), com as polícias Militar e Civil, na repreensão aos crimes ambientais, e com os próprios bombeiros no combate direto a incêndios. “Ano passado reduzimos o foco de calor no Estado em até 74%”, lembra.
Despesas
Segundo o coordenador, dos R$ 4 milhões previstos, 75% devem ser destinados às operações desencadeadas para combater as ocorrências de incêndios em todo Estado. “É a parte mais onerosa”, argumenta Borges. Já o secretário Daldegan, em um discurso confiante, cogita até mesmo a hipótese de não alugar aeronaves. Sobre a proposta de equipar o Corpo de Bombeiros com aviões de combate a incêndios, o coordenador considera inviável. “Comprar um avião desse tipo está fora da nossa realidade porque usaremos somente três meses e os outros nove a aeronave ficaria parada”.
Alega ainda que o custo de manutenção é alto e que somente a corporação dos Bombeiros do Rio de Janeiro possui uma aparelhagem aérea como tal. “Hoje todo mundo aluga, inclusive o Ibama”, salienta. O tenente-coronel informou ainda a existência de um estudo para a criação de um batalhão de operação ambiental dos Bombeiros Militares, que trabalhariam no combate às queimadas, mas que, por enquanto, ainda estão sendo feitos apenas levantamentos. Segundo Borges, a propositura está em fase inicial e ainda nem chegou às mãos do governador Blairo Maggi.
Comentários