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Agronegócios
Domingo - 30 de Junho de 2013 às 11:17
Por: Vinícius Tavares

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Os conflitos fundiários têm mobilizado entidades ligadas aos produtores rurais diante da política indigenista do governo federal, que intensificou nos últimos anos os processos demarcatórios para criação de reservas indígenas e territórios quilombolas no país.


 
Mas o que estava restrito ao campo chegou ao meio urbano, onde uma onda de protestos contra a corrupção tem levado milhões de pessoas a exigir um país melhor, com reais investimentos em saúde, educação, transporte de qualidade entre outros pontos.


 
Na avaliação do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), que substitui Homero Pereira (PSD-MT) na presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o Brasil vive um momento de efervescência política no qual os jovens se cansaram de falsas promessas que não saem do papel. 


 
De acordo com o deputado, um dos principais motivos das manifestações são os anúncios feitos por governos municipais, estaduais e federais de investimentos que estão sendo feitos “como se o Brasil estivesse num mar de rosas”, principalmente no que refere aos preparativos para a Copa do Mundo. 


 
Na visão do parlamentar, os protestos atingem todos os setores da sociedade que de alguma forma poderiam contribuir para a melhoria do país. Segundo ele, a “operação da catraca” e o movimento passe livre são apenas um item da extensa pauta de reivindicações.


 
“A questão do preço da passagem não é o fator principal que está levando milhares de pessoas às ruas. Não tem ninguém conduzindo o movimento. Aqui não tem governador, não tem presidente. Não tem partido nem sindicato. Tem gente espontaneamente protestando contra a situação do país. Nestes protestos entram governos estaduais e municipais e até o governo federal. Entra poder legislativo e judiciário e entra o próprio empresário. Neste momento o povo está indo às ruas cobrando “N” situações. A tensão saiu do campo e chegou às cidades”, analisa.



Na opinião de Luis Carlos Heinze, o combate à corrupção é o principal combustível que leva os jovens a protestar, alguns até de forma mais violenta. O deputado cita como exemplo o fato de que nenhum dos réus condenados no julgamento do mensalão (Ação penal 470) foi para a cadeia.


 
“Há quantos anos nós votamos para cassar os mensaleiros? Ninguém vê um fato concreto. Foram condenados em primeira instância pelo Supremo Tribunal Federal, mas até agora ninguém foi para a cadeia. Seja pelo executivo, seja pelo legislativo ou pelos próprios empresários. Muitos têm uma condenação, mas não há uma solução para o problema. Acho que o próprio judiciário e o ministério público estão neste processo. Os protestos pegam a todos. Os jovens mostram é que precisamos de uma solução. Várias são as demandas”, comenta.


 
No entendimento do líder ruralista, no que se refere às reivindicações do setor rural, a principal delas é a suspensão dos processos demarcatórios e a análise dos laudos antropológicos. 


 
“Há dezenas de laudos fraudulentos que embasaram processos, que expropriaram propriedades ao longo dos últimos anos. Isto já fez milhares de vítimas em todo o Brasil”, afirma Heinze ao lembrar que milhares de produtores bloquearam rodovias no dia 14 de junho em todo o país para protestar contra as demarcações patrocinadas pelo governo federal.





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