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Economia
Segunda - 18 de Maio de 2009 às 12:01
Por: Meire Zanelato

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O programa estadual Microcrédito tem se revelado uma ferramenta bastante útil para viabilizar e alavancar os negócios de pequenos empreendedores de todo o Estado. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, por exemplo, trabalhadores colhem bons frutos alcançados com a ajuda do programa, alguns até mais de uma vez.

O casal Iroldo, 55 anos e Dilma Doerner, 53 anos, que cultivam hortaliças no quintal de casa em Campo Novo do Parecis, recorreram ao Microcrédito duas vezes. “È preciso dinheiro para se fazer dinheiro. Se não fosse a ajuda do programa eu não teria como começar”, reconhece Iroldo, que é jardineiro, mas agora se divide entre o trabalho para terceiros e o próprio negócio, onde conta com a ajuda da esposa.

Na primeira vez, em 2007, os Doerner investiram o dinheiro na compra de sementes de morango, uma bicicleta cargueiro, para facilitar a entrega, e materiais como tela plástica para uma estufa. “Trabalhamos, deu tudo certo, e fornecemos os morangos para o maior supermercado da cidade”, lembra Dilma.

Da segunda vez, logo após a quitação da última parcela do primeiro financiamento, o casal adquiriu mais algumas ferramentas, mas principalmente sementes de hortaliças, que já abastecem o mesmo supermercado com produtos como alface, couve, repolho, almeirão, rúcula, entre outras hortaliças. Diariamente, inclusive aos domingos, eles entregam de 30 a 60 pacotes de verduras, o que dá um lucro diário em torno de R$ 50,00 à família.

Motivado pelo sucesso dos pais, o filho Claudemir Doerner, 28 anos, espera faturar, em breve, um bom dinheiro com a apicultura. Com o empréstimo do Microcrédito realizado há um ano, que ele faz questão de dizer que já acabou de pagar, comprou 10 caixas (colméias) de abelha, cera, uniforme e fez o apiário. Após os 90 dias necessários para que elas se tornassem produtivas, colocou as abelhas no cerrado de uma propriedade rural, perto do município.

“Minha produção ainda é pequena. Eu mesmo embalo e vendo de porta em porta. A florada do cerrado leva de 60 a 80 dias para dar 10 caixas, ou 600 quilos de mel. Vendo o quilo por R$ 10,00, mas quero chegar a ter 50 caixas, produzir mais e vender em supermercado”, planeja o apicultor.

O secretário de Trabalho e Ação Social de Campo Novo, Claudiomiro Bottim, disse que a Prefeitura trabalha na criação de um selo de inspeção municipal para que os produtores possam vender para os supermercados e escolas. “Esse selo vai ajudar bastante”, opina o apicultor.

No momento, as abelhas de Claudemir migraram do cerrado para as plantações de girassol, onde, com suas 10 caixas de abelha, ele espera faturar R$ 5 mil em duas colheitas. “A florada do girassol é só em maio. Depois não ganho dinheiro até a nova primavera no cerrado, que tem florada mais demorada. No mês que vem, com a renda da produção do girassol vou aumentar minhas colméias para 25”.

Abelhas e flores também estão presentes no trabalho de outra empreendedora, a artesã e costureira de Tangará da Serra, Sonia Regina Mazieiro, 48 anos. Ex-professora, sempre esteve às voltas com reforma e confecção de roupas, atividade que financiou a própria faculdade de Letras. Mas foi em 2007, depois da compra de uma máquina industrial pelo Microcrédito que ela passou a customizar roupas e a produzir novas peças, como bolsas, faixas, echarpes e capas para almofada, com as sobras de todo e qualquer material.

“O Microcrédito ajuda a realizar sonhos. As pessoas não têm esse dinheiro todo à vista, para poder comprar. É um incentivo e tanto, e as parcelas são baixas, a gente paga e nem sente”, opina Sonia.

Sonia também aprendeu a usar melhor o tempo e diz que hoje produz três peças de roupas femininas e infantis diariamente e reserva um dia da semana para as reformas e customizações, baseadas no conceito de reciclagem. Uma capa para almofada, por exemplo, é vendida por R$ 35,00 e uma bolsa feita com sobras de brim e bordada chega a R$ 70,00.

“De 20% a 30% da minha renda hoje vem das peças que transformo. Não jogo nada fora, restos de tecido, de aviamento, botões, tudo é reutilizado e ganha uma cara nova”, ensina.

A cabeleireira, manicure e esteticista, Irone Teixeira, 45 anos, e o marido, desempregado, estavam, com dificuldades financeiras quando decidiram procurar o financiamento do Microcrédito. Por meio do programa compraram uma máquina de acabamento de corte, prancha, secador, tesouras e navalhas e abriram um salão de beleza em Tangará da Serra.

“Não tinha dinheiro para comprar tudo isso e recomeçar. Esse programa foi minha salvação. Quero fazer outro financiamento e comprar uma cadeira mais sofisticada, para fazer barba. Assim, meu marido trabalha comigo. Até já comecei a ensiná-lo”, conta Irone.

A compra de uma furadeira industrial, avaliada em R$ 1.600, pelo soldador Antônio Dorta de Freitas, 37, possibilitou a tão sonhada abertura de seu próprio negócio. “Peguei R$ 1 mil com o Microcrédito e parcelei o restante. Hoje faturo bem mais do que antes e o que eu ganho é praticamente livre. Emprego um auxiliar, a quem estou ensinando o que acumulei em 17 anos de trabalho para terceiros”, declarou o soldador.

O Microcrédito é um programa de geração de emprego e renda que busca dar oportunidade de crédito a empreendedores excluídos do sistema financeiro, com habilidade e experiência de trabalho e que queiram iniciar ou ampliar seu negócio. É a única linha de financiamento sem juros do Estado e financia até R$ 1.000,00, em até 12 meses, com carência de três meses para o início do pagamento. O dinheiro pode ser usado na compra de máquinas, equipamentos e ferramentas, novas e usadas, matéria-prima, mercadorias para revenda e bens destinados à produção, prestação de serviços e comercialização.





Fonte: Assessoria Setecs-MT

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