Efeito calendário derrubou vendas do comércio, avalia IBGE
A desaceleração das vendas no comércio varejista em março não aponta uma tendência de queda, segundo o coordenador da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), Reinaldo Pereira. Segundo ele, a alta de 1,8% em relação a igual período em 2008, a pior desde novembro de 2003, teve influência decisiva do calendário, já que no ano passado, a Páscoa foi celebrada em março, e este ano, em abril.
'Acredito que o resultado poderia ter sido um pouco melhor se não fosse o efeito calendário. As vendas de hiper e supermercados foram fracas, e puxaram o resultado para baixo', afirmou Pereira.
Segundo a PME, as vendas de hiper e supermercados cresceram apenas 0,7% em relação a março de 2008, desempenho bem inferior ao que fora constatado em janeiro (7%) e fevereiro (5,7%). Em relação a fevereiro, as vendas deste segmento ficaram estáveis, após elevação de 2,4% no mês anterior.
"Os representantes do setor mercadista apontam que a Páscoa é o período com maior movimento depois do Natal. Então, há uma base de comparação muito forte", observou Nilo Lopes de Macedo, que também coordena a PME.
Em relação a fevereiro, a alta de apenas 0,3% foi determinante para que o resultado do primeiro trimestre fosse tímido. A alta de 3,8% de janeiro a março é, ao lado do desempenho no segundo trimestre de 2005, é a mais baixa desde 2004.
Em janeiro, as vendas do comércio haviam crescido 1,9% frente ao mês anterior; no mês seguinte, a variação positiva foi de 1,5%.
Pereira reconheceu a tendência de que haja um efeito inverso em abril, ou seja, o fato de a Páscoa em 2009 ter sido comemorada no mês passado deverá impulsionar o resultado.
Aliado a isso, poderão pesar os reflexos do desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre alguns eletrodomésticos. As vendas de móveis e eletrodomésticos estão com taxas negativas há dois meses.
Comentários