Mercado de software cresce 11% no Brasil
O mercado brasileiro de softwares cresceu 11% até o começo do mês de maio, na comparação com o ano passado, índice superior à expectativa de alta do setor para o ano --7%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pela Associação Brasileira de Softwares (ABES).
Boa parte desse índice positivo provém das pequenas e médias empresas nacionais, segundo a ABES. A entidade, no entanto, não apontou números absolutos desse crescimento. "O número se baseia em dados informados pelos associados, e em medições feitas a partir das reportagens publicadas em jornais", afirma presidente da ABES, José Curcelli. Segundo a instituição, o cenário para o mercado é positivo no Brasil, apesar do reflexo da crise econômica mundial.
"O Brasil é um ponto fora da curva", observa Curcelli. "A atividade econômica do setor independe da produção externa. As vendas estão subindo, então a expectativa desse ano é a independência dos fatores externos".
"Temos uma visão positiva porque o Brasil tem uma posição de destaque mundial. O esperado é que índices de pirataria caiam", afirma Frank Caramuru, diretor da BSA (Business Software Alliance) no Brasil.
Software livre
Segundo a pesquisa mundial sobre a pirataria de softwares no mundo, divulgada hoje, as fatias estão bastante segmentadas quanto às licenças de software.
Dentre o mercado mundial, a participação dos softwares piratas detém 41% da fatia. Softwares licenciados aparecem com 44%, enquanto os softwares livres aparecem com uma fatia menor: 15%.
"Não temos nada contra [o software livre]. Não sentimos concorrentes, sequer ameaçados. Sendo licenciado, não tem problema algum", informa Caramurú. "Só pedimos que as licenças sejam observadas pelos usuários."
Dados e posições
O Brasil aparece em 9º lugar na colocação na lista de países cuja pirataria provoca maior dano financeiro, com um prejuízo direto total de R$ 1,645 bilhão. O número é calculado a partir de impostos e da flutuação da taxa cambial --ou seja, se o dólar e os impostos aumentam, proporcionalmente há crescimento dos custos efetivos do software.
Na América Latina, embora mantenha a segunda menor taxa de pirataria de software, o país é líder em perdas financeiras --os prejuízos na região, segundo a BSA, totalizam US$ 4,311 bilhões. Depois do Brasil aparecem México (US$ 823 milhões), Venezuela (US$ 484 milhões) e Argentina (US$ 339 milhões). A região figura como segunda maior pirata do mundo, com 65% de programas ilegais, atrás apenas do Centro-Leste Europeu, com 67% de produtos pirateados.
No mundo, o país que mais pirateia é a Geórgia, cujo índice de produtos ilegais chega a 95%. Os Estados Unidos são o país que menos pirateia, com um total de 20% de cópias ilegais.
Segundo o estudo, caso a distribuição de software pirata se reduzisse em apenas 1 ponto percentual, para 40%, cerca de US$ 20 bilhões seriam gerados em estímulos para a economia mundial. A cada US$ 100 dólares investidos em softwares, US$ 69 são destinados à pirataria.
Os fatores que contribuem para a propagação dos softwares piratas, de acordo com o estudo, são o acesso à banda larga e à internet (mundialmente, foram 135 milhões de novos usuários da rede em 2008), e variação do dólar, aumento de impostos.
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