PSOL pede reabertura de apuração sobre casa de Yeda
O PSOL do Rio Grande do Sul voltou ontem a acusar o PSDB de uso de caixa 2 na campanha que elegeu a governadora Yeda Crusius em 2006 e citou o marido da tucana, Carlos Crusius, como um dos arrecadadores. O presidente estadual do partido, Roberto Robaina, a deputada federal Luciana Genro e o vereador Pedro Ruas apresentaram à imprensa cópias de e-mails que, segundo eles, comprovariam as denúncias. Também prometeram levar os documentos ao Ministério Público, para pedir a reabertura da investigação sobre a compra de um imóvel pelo casal Crusius.
Segundo a cúpula do PSOL, o executivo Alexandrino Alencar, da empreiteira Odebrecht, tratou de doações com um interlocutor, que teve o nome preservado, em setembro de 2006. Na troca de mensagens, o interlocutor pergunta a Alencar se "é possível entregar a encomenda em Porto Alegre ou depositá-la em conta corrente", e o executivo responde: "Deverá ser feito com o marido". Na interpretação do PSOL, a "encomenda" são recursos não declarados, porque a Odebrecht não aparece como doadora de Yeda, e o marido é Crusius. Em nota, a empresa informou que sua controlada Braskem fez duas doações de R$ 100 mil à campanha de Yeda, na forma legal, o que aparece na prestação de contas do PSDB.
Os outros e-mails exibidos pelo PSOL mostram o presidente da Federasul, José Paulo Dornelles Cairoli, respondendo a uma solicitação do diretor da entidade em Rio Grande, Juarez Molinari, em novembro de 2006, e informando que não havia conseguido novas adesões ou complementos de empresas doadoras para a campanha de Yeda. Duas das cinco empresas citadas, a Renner e a Tumelero, não aparecem na prestação de contas do PSDB. A Renner não respondeu às ligações do Estado. A Tumelero alegou não ter feito nenhuma contribuição. Cairolli distribuiu nota dizendo que seu e-mail apenas informava que as empresas não complementariam contribuições porque a eleição estava encerrada.
Os dirigentes do PSOL consideram que a reportagem publicada pela revista Veja, indicando que Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, recebeu R$ 400 mil de duas fumageiras e repassou o dinheiro para Carlos Crusius, confirmam as denuncias que haviam feito em fevereiro, de que há indícios de uso de sobras de campanha para o pagamento de parte da casa do casal. Crusius e Yeda não comentaram o assunto nesta segunda-feira. Em entrevista ao jornal Zero Hora, no domingo, Crusius disse nunca ter visto R$ 400 mil juntos. A executiva do PSDB declarou que a prestação de contas da campanha foi aprovada pela Justiça.
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