Lucro da Petrobras cai 20% no primeiro trimestre
A Petrobras informou nesta segunda-feira que teve lucro R$ 5,816 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 20% inferior na comparação com o mesmo intervalo de 2008, quando a estatal lucrou R$ 7,239 bilhões. A Petrobras atribui a queda a redução no preço das commodities e retração da demanda por derivados de petróleo no mercado interno. Ante o quarto trimestre (R$ 7,355 bilhões), o lucro de janeiro a março também caiu 20%.
De acordo com a estatal, somente a variação dos preços nos 12 meses teve um impacto negativo de R$ 4,3 bilhões na comparação dos dois resultados. Pelos cálculos da Petrobras, o preço médio do barril tipo Brent (LOndres) caiu de US$ 97, no primeiro trimestre de 2008, para US$ 44, decréscimo de 55%.
Segundo o comunicado divulgado pela Petrobras, a receita líquida atingiu R$ 42,595 bilhões, um decréscimo de 9% na comparação com o resultado no primeiro trimestre de 2008. O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 13,423 bilhões, número 5% abaixo do apurado no início do ano passado.
A empresa destacou um aumento de R$ 882 milhões nas despesas operacionais por conta de um incremento nos custos exploratórios, maiores custos com afretamento de navios, além de maiores despesas operacionais e administrativas, que juntas ultrapassaram a casa dos R$ 300 milhões.
A estatal petrolífera também sofreu com as oscilações do câmbio, com um impacto negativo de R$ 471 milhões. em seu balanço Por conta do dólar, a Petrobras apurou uma despesa financeira líquida (já desconta a receita com aplicações) de R$ 848 milhões, ante despesa de R$ 235 milhões no primeiro trimestre de 2008.
Entre os dois trimestres, a taxa média de câmbio cedeu de R$ 2,32, no início de 2008, para R$ 1,74, nos primeiros três meses deste ano.
O resultado da Petrobras embute ainda uma provisão (dinheiro de reserva) de R$ 341 milhões, por conta de perdas de investimentos nos Estados Unidos.
Sobre o investimento, a Petrobras informou ter gasto R$ 14,4 bilhões no trimestre, utilizando principalmente a geração própria de caixa da companhia. "Acessamos também fontes externas de financiamento, captando R$ 5,6 bilhões em operações no mercado financeiro internacional, com bancos comerciais e agências de crédito à exportação (ECA)", explicou o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli.
"Investir em crescimento é nossa prioridade, mas é importante ressaltar que nossas operações e investimentos estão sempre pautados pela otimização de custos. Estamos trabalhando para garantir que todos os nossos projetos sejam realizados a um preço compatível com a atual realidade do mercado e da indústria", disse Gabrielli.
Produção
No comunicado, a companhia explicou que o "aumento de 6% na produção de óleo e gás no país e o reajuste de preços do diesel e da gasolina em maio/2008, bem como, a redução das importações e das participações governamentais, em decorrência das cotações do petróleo", atenuaram os efeitos de queda da demanda e preço do produto. Ante o quarto trimestre, a produção cresceu 2%.
A Petrobras havia anunciado que em março bateu recorde da produção doméstica média para um mês. Foram extraídos 1,992 milhão de barris/dia dos campos nacionais, alta de 2,68% frente aos 1,940 milhão de barris/dia observados em fevereiro. No acumulado do primeiro trimestre, a produção média de petróleo da companhia foi de 1,952 milhão de barris/dia.
Segundo a Petrobras, o volume recorde foi obtido em função, principalmente, pela entrada de poços nas plataformas Cidade de Niterói, P-53 e P-54, situadas na bacia de Campos.
Somada à produção internacional de 126 mil barris/dia no exterior, a produção de petróleo da Petrobras em março foi de 2,118 milhões de barris/dia.
Ao todo, a produção de petróleo e gás da companhia, somados os campos nacionais e internacionais, chegou a 2,538 milhões de boe/dia (barris de óleo equivalente/dia), 2,54% acima dos 2,474 milhões de boe/dia registrados em fevereiro.
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