Arqueólogos podem estar perto de encontrar local do túmulo de Cleópatra
De uma hora para outra, os olhos do mundo se voltaram para o templo de Abusir, no deserto do Saara. Cientistas acreditam que está enterrado aqui um dos tesouros mais procurados pelos arqueólogos: a tumba de Cleópatra e de seu amante, o general romano Marco Antônio.
Num mundo machista, Cleópatra reinou como nenhum homem. Historiadores falam de sua beleza, inteligência e capacidade ímpar de seduzir. Mas a imagem que o mundo moderno tem da eterna rainha do Egito é a criada pelo cinema, com o rosto de Elizabeth Taylor.
Cléopatra foi a mulher de dois dos homens mais importantes de sua era. Apaixonado, Júlio César providenciou para que ela assumisse o trono do Egito sozinha. Com isso, Cleópatra se tornava a mulher mais poderosa do planeta. Com o assassinato de César em pleno Senado romano, dirigiu seu charme para o general Marco Antônio. Os dois se rebelaram contra Roma, mas a guerra foi perdida no mar. Ao pensar que Cleópatra havia morrido, Antônio cometeu suicídio com a própria espada. Ela, ao ver o marido morto, usou uma serpente para se matar também. Antes, pediu para ser enterrada num local secreto.
Taposíris
Há 15 anos, a arqueóloga dominicana Kathlen Martinez se dedica a procurar esse lugar. De escavação em escavação, ela chegou à colina de Taposíris. Usando satélites e radares, os pesquisadores já sabem que existe um emaranhado de túneis e passagens secretas que interligam as tumbas na área. Isso torna Abusir um templo único no Egito -- e a possível chave de um grande mistério.
Os satélites mapearam os arredores de Alexandria e acharam indícios da tumba de Cleópatra: moedas com a imagem da rainha, corpos de sacerdotes em posição fetal -- típico dos que cometiam suicídio logo depois de enterrar seus amos. Por fim, veio a descoberta de um cemitério a menos de um quilômetro do velho templo. No Egito Antigo, os cemitérios dos mortais comuns ficavam sempre próximos da tumba de um rei ou rainha.
O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Zahi Hawass, acompanha o trabalho dos arqueólogos há mais de 40 anos. Ele diz que nada se compara à descoberta que, na opinião dele, está prestes a acontecer.
"Saber, de fato, como Cleópatra era, com que tesouros foi enterrada, como viveu e morreu, poder comprovar a história, desmistificar o que é lenda -- este lugar pode nos dar tudo isso. Mas, por mais que se descubra sua tumba, Cleópatra manterá ao redor de si uma aura de mistério", diz Hawass.
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