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Internacional
Sexta - 08 de Maio de 2009 às 06:29

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, nesta quinta-feira, que uma eventual pandemia de influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, poderia infectar cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, ou um terço da população do planeta, caso tivesse dois anos de duração.

Em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, o diretor-geral assistente da OMS, Keiji Fukuda, afirmou que, baseado em registros de outras pandemias, é possível dizer que muitas pessoas seriam afetadas pelo vírus.

"Se olharmos para os registros de outras pandemias, é possível dizer que um terço da população do mundo poderia ser infectada pela doença. É difícil falar com antecedência, mas é uma estimativa razoável", disse Fukuda.

Fukuda afirmou que a grande preocupação da OMS é que, embora a grande maioria dos casos até agora seja branda, uma pandemia do vírus poderia causar a morte de muitas outras pessoas.

"Uma das questões para o futuro é o que acontecerá com o vírus, se ele vai se modificar nos próximos dias, semanas ou anos, tornando-se mais perigoso".

Ele, no entanto, afirmou é "prematuro" fazer qualquer previsão sobre o número de pessoas que poderia morrer no caso de uma pandemia.

"Não é possível fazer previsões até que se saiba exatamente qual é a proporção de pessoas infectadas que venham a morrer. É precipitado fazer este tipo de previsão".

"Um ponto que é importante é que não quero que vocês saiam daqui dizendo que há uma estimativa de que 2 bilhões de pessoas serão infectadas até o ano que vem ou algo do tipo. O que estou dizendo é que, no passado, quando tivemos pandemias, aproximadamente um terço das pessoas foi infectada. Mas vivemos em um mundo diferente. (Não sabemos) se será a mesma coisa, maior ou menor. Não interpretem isso como uma previsão do futuro" disse.

Hemisfério Sul

O diretor-assistente da OMS também afirmou que a organização está atenta para a situação do Hemisfério Sul, que entrará em breve na estação do inverno, uma época em que o vírus da influenza se torna mais ativo.

Ele afirmou que o fato de o Hemisfério Sul ter populações mais jovens em países em desenvolvimento pode tornar a região mais vulnerável à doença.

Segundo ele, fatores como a desnutrição, guerras e infecções pelo vírus HIV podem fazer com que estas populações sejam mais suscetíveis a contrair a gripe.

Brasil e Argentina

O último relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde - às 15h de Brasília desta quinta-feira - aponta que foram confirmados 2371 casos de gripe suína em 24 países. Foram registradas 44 mortes, sendo 42 no México e duas nos Estados Unidos.

Estes números, no entanto, não incluem os quatro primeiros casos da doença registrados no Brasil, que foram confirmados algumas horas depois, em uma coletiva de imprensa, pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Segundo o ministro, dois casos confirmados de gripe suína foram registrados em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais.

Todos os infectados seriam adultos jovens e já estariam passando bem. Três dos pacientes teriam contraído a doença em viagens ao México, enquanto outro teria entrado em contato com o vírus em uma viagem aos Estados Unidos.

Temporão ressaltou também que não há evidências de que o vírus esteja circulando pelo país. Os resultados dos exames para outros 15 casos suspeitos devem ser divulgados nesta sexta-feira.

Também nesta quinta-feira, a Argentina confirmou seu primeiro caso de gripe suína.

Segundo a ministra da Saúde argentina, Graciela Ocaña, a vítima seria um homem que voltou de uma viagem ao México no último dia 25 de abril, uma semana antes de a Argentina suspender os voos ao país.

O paciente estaria bem e já teria saído do hospital.





Fonte: BBC Brasil

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