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Presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho, diz que problema está na não aplicação das punições já regulamentadas
Para OAB, projeto não surtirá efeito
LORIVAL FERNANDES/D
Apesar de crítica, Marcus Vinícius Furtado pondera que Senado agiu bem aprovando projeto, presente entre reivindicações
O projeto de lei que tipifica a corrupção ativa ou passiva como crime hediondo, de autoria do senador mato-grossense Pedro Taques (PDT), é visto como uma medida que não deve surtir efeito pelo presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coelho.
Para o presidente, a banalização sobre a apropriação de bens e recursos públicos no país se dá exclusivamente pelo fato da lei que já existe não ser cumprida, ou seja, devido à impunidade, mas não por falta de legislação que estabeleça penalidades para este crime. “Nenhuma pena é aplicada. Ninguém sofre qualquer punição. Essa é a questão!”, enfatiza.
Furtado avalia que o “aumento da pena não vai trazer, por si só, grandes resultados no combate ao crime”. Ele defende ser necessário que as polícias, o Ministério Público e o Poder Judiciário tenham a estrutura necessária para punir os culpados e absolver os inocentes.
O presidente pondera, no entanto, que a aprovação da medida sinaliza em bom caminho. Isso porque foi incentivada pelos protestos populares. O projeto de Taques estava em pauta há dois anos e foi aprovada pelo Senado na última terça-feira (28). Agora, a proposta segue para análise da Câmara Federal. Só então passará pelo aval da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Essa é a posição da Ordem. Achar que não vai resolver o problema, mas também entender que, como não vai atrapalhar e sinaliza o bom caminho, o Senado agiu bem ao aprovar”, ameniza.
O projeto do pedetista é uma das primeiras propostas de modificação do Código Penal a ser aprovada. Ele foi recomendado por uma comissão de juristas específica para tratar do tema. A legislação penal brasileira estava inalterada desde a sua criação, em 1940.
Taques também é o relator da reforma do Código como um todo. O novo texto discute, entre outros pontos, a criminalização do aborto, a descriminalização do uso de drogas e aumento da maioridade penal.
As mudanças também foram alvo de críticas por parte do presidente do Conselho Federal da OAB. Segundo ele, a entidade é contrária ao aumento de penalidades para qualquer tipo de crime já previsto na legislação.
“Temos que ter uma diferença no tratamento entre os crimes com arma de fogo e os crimes sem arma. Porque, se você não tem essa diferença de tratamento, está estimulando os crimes com arma de fogo. Os demais, que não causam riscos à vida, não ofendem a coletividade. Esses crimes devem ser cumpridos com penas alternativas”, argumenta.
Furtado cita que pessoas que cometeram delitos leves e foram penalizadas com a prisão acabam tendo o efeito contrário ao da reabilitação. Os penalizados duramente sairiam com “doutorado no crime”, segundo o presidente.
“É muito fácil chegar na TV e dizer ‘prisão perpétua para todo mundo, todo mundo para a cadeia’, sem diferenciar o nível do crime. Mas esse é um discurso fácil, sem a menor profundidade”, defende Furtado, que esteve em Cuiabá ontem (28).
Para o presidente, a banalização sobre a apropriação de bens e recursos públicos no país se dá exclusivamente pelo fato da lei que já existe não ser cumprida, ou seja, devido à impunidade, mas não por falta de legislação que estabeleça penalidades para este crime. “Nenhuma pena é aplicada. Ninguém sofre qualquer punição. Essa é a questão!”, enfatiza.
Furtado avalia que o “aumento da pena não vai trazer, por si só, grandes resultados no combate ao crime”. Ele defende ser necessário que as polícias, o Ministério Público e o Poder Judiciário tenham a estrutura necessária para punir os culpados e absolver os inocentes.
O presidente pondera, no entanto, que a aprovação da medida sinaliza em bom caminho. Isso porque foi incentivada pelos protestos populares. O projeto de Taques estava em pauta há dois anos e foi aprovada pelo Senado na última terça-feira (28). Agora, a proposta segue para análise da Câmara Federal. Só então passará pelo aval da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Essa é a posição da Ordem. Achar que não vai resolver o problema, mas também entender que, como não vai atrapalhar e sinaliza o bom caminho, o Senado agiu bem ao aprovar”, ameniza.
O projeto do pedetista é uma das primeiras propostas de modificação do Código Penal a ser aprovada. Ele foi recomendado por uma comissão de juristas específica para tratar do tema. A legislação penal brasileira estava inalterada desde a sua criação, em 1940.
Taques também é o relator da reforma do Código como um todo. O novo texto discute, entre outros pontos, a criminalização do aborto, a descriminalização do uso de drogas e aumento da maioridade penal.
As mudanças também foram alvo de críticas por parte do presidente do Conselho Federal da OAB. Segundo ele, a entidade é contrária ao aumento de penalidades para qualquer tipo de crime já previsto na legislação.
“Temos que ter uma diferença no tratamento entre os crimes com arma de fogo e os crimes sem arma. Porque, se você não tem essa diferença de tratamento, está estimulando os crimes com arma de fogo. Os demais, que não causam riscos à vida, não ofendem a coletividade. Esses crimes devem ser cumpridos com penas alternativas”, argumenta.
Furtado cita que pessoas que cometeram delitos leves e foram penalizadas com a prisão acabam tendo o efeito contrário ao da reabilitação. Os penalizados duramente sairiam com “doutorado no crime”, segundo o presidente.
“É muito fácil chegar na TV e dizer ‘prisão perpétua para todo mundo, todo mundo para a cadeia’, sem diferenciar o nível do crime. Mas esse é um discurso fácil, sem a menor profundidade”, defende Furtado, que esteve em Cuiabá ontem (28).
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/16058/visualizar/
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