Luciane pede afastamento de Zílio

Após o vazamento de seu relatório paralelo sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MT Saúde, a deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) pede o afastamento do ex-secretário de Estado de Administração, César Zílio, da presidência do MT Participações (MT Par). 

 

Zílio foi apontado no texto como um dos principais responsáveis pelo rombo milionário do MT Saúde, o que deixa o governador Silval Barbosa (PMDB) em uma situação difícil. Para Luciane, o afastamento dele evitaria desgaste, principalmente em um momento em que manifestações populares espalhadas por todo o país pedem a moralização política. 

 

O presidente é um dos cinco ex-gestores que aparecem na lista de indiciados preparada por Luciane. Nela constam 18 supostos responsáveis pelo fracasso do plano, que quase chegou à falência devido ao desvio de R$ 25 milhões, segundo a deputada. 

 

A socialista destaca que chegou a esta conclusão diante dos diversos depoimentos colhidos durante a apuração. Eles teriam apontado que Zílio tinha total conhecimento e até participação no suposto esquema. 

 

“Respeito a decisão que o governador tomar. Mas, diante desse cenário, com os movimentos pedindo a moralização, o afastamento seria bom. Nós tínhamos feito um acordo com os membros da CPI de que esse meu posicionamento só seria divulgado na terça-feira (2), mas isso vazou”, explica a socialista. 

 

A parlamentar afirma não saber como seu voto vazou. Ela está em Juara acompanhando a eleição suplementar do município e afirma que ainda não conversou com o presidente da comissão, deputado Walter Rabello (PSD), ou com o relator, Emanuel Pinheiro (PR), sobre o ocorrido. 

 

Na próxima terça-feira (2), a comissão, que é composta ainda pelos deputados Antônio Azambuja (PP) e Baiano Filho (PMDB), deve votar o parecer final. A apreciação deveria ter ocorrido na semana passada após, mas foi adiada quando Luciane se manifestou contra a aprovação do relatório produzido por Pinheiro. Segundo ela, as constatações do republicano possuíam falhas no quesito punição. 

 

Além de Zílio, são apontados como culpados no relatório paralelo o ex-secretário de Estado de Turismo, Yuri Bastos, e os ex-presidentes do MT Saúde, Augusto Carlos Patti do Amaral, Maximilliam Mayolino Leão e Gelson Esio Smorcinski. Entre os supostos crimes cometidos por eles estão fraude em contratos, ausência de licitação e desvio de dinheiro público. 

 

“Isso causou um rombo de mais de R$ 25 milhões, fora os R$ 43 milhões pagos à rede credenciada, que nós não podemos estimar por não termos documentos comprobatórios. No mínimo, sabemos que mais de R$ 25 milhões foram desviados. Agora, cabe ao Ministério Público investigar e culpar os responsáveis”, pontuou Luciane. 

 

REESTRUTURAÇÃO – A CPI, assim que concluída, também deve encaminhar sugestões de melhorias para continuidade do MT Saúde. A Secretaria de Estado de Administração (SAD) já trabalha neste sentido. De acordo com o secretário Francisco Faiad (PMDB), o projeto deve ser encaminhado para apreciação da Assembleia Legislativa em agosto.