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Quinta - 30 de Abril de 2009 às 15:10
Por: Thalita Araújo

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Exatas 30 denúncias, 60 denunciados, 683 trabalhadores encontrados em situação análoga a de escravo, em 24 municípios de Mato Grosso. Esses são os números apresentados pelo Ministério Público Federal, MPF, em Mato Grosso, estado que atualmente está em quarto lugar no ranking nacional da escravidão. A maior parte dos resultados é de investigações ocorridas no ano de 2008, porém, há outras que se estendem desde 2002.

Hoje, dia 30 de abril, foi escolhido pelo MPF como o dia “T” contra o trabalho escravo. O objetivo é divulgar as ações do órgão contra este tipo de trabalho, funcionando como mais uma ação preventiva. Os números divulgados são fonte do trabalho do MPF em suas três unidades do Estado: Cuiabá, Cáceres e Sinop.

O procurador-chefe da Procuradoria da República em Mato Grosso, Gustavo Nogami, acredita que a falta de mobilização em torno da problemática da escravidão até pouco tempo atrás é um dos motivos para que ainda existam números expressivos e empregadores ainda achem “normal” cometer esse tipo de crime. “Acredito que, atualmente, não há ninguém preso no Estado por crime de escravidão”, lamenta Gustavo.

Os fatores econômicos e sociais são apontados por ele para justificar a atitude daqueles que se submetem ao delito, seduzidos por propostas enganosas. Fotografias tiradas durante as investigações mostram algumas condições em que os trabalhadores se encontravam, como dormitórios improvisados em barracões de lona, no mato, com pouca ou nenhuma condição de higiene e água suja e imprópria para beber, a mesma reservada para os animais, além de restos de comida como refeição e outras barbáries.

O procurador diz que esses números em Mato Grosso, em sua maioria, são relacionados à pecuária e também têm relação com o desmatamento. “Em geral, essas pessoas são contratadas para desmatar alguma área que será transformada em pastos para criação de gado”, explica Nogami.

O Ministério Público quer fomentar a prevenção do trabalho escravo por meio de atividade repressiva e mostrando que a punição existe, podendo ser, dependendo do caso, de sanções econômicas e de liberdade. “Ainda existe uma visão de que não há castigo”, diz Gustavo. As 30 denúncias foram encaminhadas à Justiça Federal, que as julgará e determinará a pena de cada denunciado.





Fonte: Olhar Direto

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