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Nacional
Sexta - 24 de Abril de 2009 às 01:18
Por: Patrícia Kappen

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Desde que recebeu a notícia da morte de sua filha de 21 anos, que estava morando em Buenos Aires, na Argentina, Paulo Soares Correia vive um drama para ter mais informações sobre o caso. O crime teria sido passional, diz ele.

O Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, confirma a morte da jovem, que estava em Buenos Aires fazendo dois cursos: um de comissária de bordo, outro de técnica em veterinária.

Fernanda Soares Correia morreu no dia 11 de abril. Segundo o advogado argentino Carlos Jorge, amigo de Fernanda, ela foi morta pelo namorado com um tiro no lado direito da cabeça. O rapaz, de 28 anos, teria se matado em seguida, também com um tiro na cabeça. Ele teria histórico de depressão, acrescenta Jorge.

Ainda de acordo com o advogado, o namorado de Fernanda era funcionário administrativo da Mercedes Benz e já tentara o suicído duas outras vezes. Carlos Jorge informou ainda que a polícia encontrou uma carta na qual o jovem dizia que a vida dele não era boa.

O pai de Fernanda, Paulo, que é pedreiro em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, ficou sabendo da morte de sua filha depois de uma ligação do consulado do Brasil em Buenos Aires. Amigos dela na Argentina também tentaram contato com a família para dar a notícia.

Ele contou que a filha foi morar fora há dois anos. Primeiro, ela teria alugado um apartamento com três amigos. Depois, teria conhecido o namorado e foi morar com ele. O advogado da família afirmou que os dois se conheceram pela internet.

Tanto o advogado Jorge quanto o pedreiro Paulo reclamam da falta de assistência do consulado brasileiro em Buenos Aires. “Não sei o que aconteceu, a gente chega lá e não consegue conversar com ninguém, porque eu não sei falar espanhol. O consulado não quis ajudar em nada. Ficamos perdidos nisso”, disse o pai.

Por ter se tornado amigo de Fernanda, o advogado Carlos Jorge ajuda a família sem cobrar honorários.

Consulado diz que deu assistência

O Itamaraty informou que, depois da confirmação da morte de Fernanda, entrou em contato com o pai e fez o que pôde fazer: providenciou os documentos necessários para a liberação do corpo, e ajudou na logística para o traslado do corpo. Mas não dispõe de verba para pagar o serviço.

O ministério informou ainda que manterá contato com a família até que a situação seja resolvida.

A mãe de Fernanda está sedada, segundo Paulo. A filha, que veio ao Brasil pela última vez na passagem de ano, só fazia elogios ao namorado.

“A Fernanda estava pensando em se casar com ele para poder ficar no país legalmente. E ele sabia disso. O que passaram pra mim é que o namorado não aceitava que a Fernanda o largasse”, contou.

Casal morava junto

“Ela morava com o namorado num apartamento dele ou da família dele. Eu o conheci apenas por foto. Ele queria vir [ao Brasil], mas não deu tempo. Ela elogiava muito ele, dizia que era uma pessoa muito boa, era segura com ele. Mas ele era muito ciumento, não largava do pé dela. Quando ela veio ao Brasil, ele ligou quatro ou cinco vezes em poucas horas”, completou o pedreiro Paulo.

“Na última vez, ela ligou dizendo que tinha passado o fim de semana na praia com ele. Disse que estava muito bem, e que naquela hora ele tinha saído pra comprar remédio. Deve ter acontecido alguma coisa no dia seguinte, e ela resolveu juntar as coisas e vir embora”, indaga Paulo.

A família decidiu cremar o corpo da vítima em Buenos Aires e trazer as cinzas para o Brasil. Para isso, vai gastar cerca de 300 dólares. Segundo o advogado, o traslado do corpo para o Brasil custaria cerca de 8 mil dólares.

O pai também quer trazer os pertences da filha, mas, segundo ele, o computador da jovem teria sumido, e coisas como câmera digital, dinheiro e algumas roupas estariam na casa do irmão do namorado.





Fonte: Do G1, no Rio

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