Devolução de cheques é a maior em 18 anos, diz Serasa
O número de cheques devolvidos no país foi histórico no mês de março, segundo acompanhamento da Serasa Experian, empresa de verificação de crédito. Para os 112,12 milhões de cheques compensados no mês passado no país, foram devolvidos 2,75 milhões. A razão de 24,6 cheques devolvidos para mil compensados é a maior para a série histórica da Serasa, iniciada em 1991.
A inadimplência com cheques aumentou 6% na comparação com fevereiro e foi ainda maior considerando março do ano passado (18,3%). O quadro não melhora se comparado trimestre contra trimestre: o atraso nos pagamentos com cheques aumentou 19,2%.
Entre janeiro e março deste ano, foram compensados 311,49 milhões dessas ordens de pagamentos, sendo devolvidos 7,36 milhões de cheques.
O departamento de análise econômica da Serasa aponta uma série de fatores para a explosão na emissão de cheques sem fundos no período: a menor atividade econômica, a revisão dos investimentos e a redução no número de empregos formais.
"Esse conjunto de eventos aliado ao maior comprometimento da renda, de parte da população, ampliou os impactos das despesas sazonais de início de ano (IPTU, IPVA e despesas escolares) sobre o orçamento doméstico, resultando em aumento na devolução de cheques, incluindo os pré-datados das compras de Natal", avalia a Serasa.
Estados
O Estado com a maior taxa de inadimplência foi o Acre (98,4, no trimestre), seguido por Roraima (96,9) e Amapá (93,4). Os Estados com menor taxa foram: São Paulo (18,4), Rio de Janeiro (19,4) e Santa Catarina (20,8), de acordo com o levantamento da Serasa.
Juros bancários
Outra pesquisa divulgada hoje, pelo Banco Central, aponta que os juros bancários recuaram em março pelo quarto mês consecutivo. A exceção foi a taxa praticada pelos bancos no cheque especial, que subiu de 166,7% em fevereiro para 169,1% ao ano no mês passado.
A taxa média geral, incluindo pessoa física e jurídica em todas as modalidades pesquisadas pelo BC, caiu de 41,3% para 39,2% ao ano. É menor taxa desde julho, quando estava em 39,4% ao ano.
Para o consumidor, os juros recuaram mais, de 52,6% para 50,1% ao ano, melhor resultado desde junho (49,1%). Para as empresas, os juros caíram de 30,9% para 28,9% ao ano (menor desde setembro).
Houve queda nos juros ao consumidor em praticamente todas as modalidades verificadas pelo BC. O crédito pessoal caiu de 54,5% para 50,8% ao ano. Aquisição de veículos passou de 31,8% para 29,7% ao ano.
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