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Polícia Brasil
Sábado - 18 de Abril de 2009 às 15:44

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O pedreiro Edson Alves Delfino confessou ontem à polícia ter violentado e assassinado o estudante Kaytto Guilherme do Nascimento Pinto, de 10 anos, na segunda-feira (13), dia em que o garoto desapareceu. Ele levou os policiais ao local onde deixou o corpo, um matagal nas proximidades do residencial Paiaguás, onde o menor morava.

Edson já havia sido condenado por crime idêntico ocorrido em 1999 no interior do Estado, mas estava em liberdade condicional. O sumiço de Kaytto mobilizou a Capital esta semana.

O acusado foi preso ontem à tarde na Serra de São Vicente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em um ônibus que seguia rumo a Campo Grande (MS). Uma equipe da Polícia Civil, com o delegado Antônio Garcia, conduzia o suspeito para Cuiabá à noite, onde o criminoso apontaria o local em que enterrou a vítima e prestaria depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).

Até por volta das 21h, a angústia da família era saber se Kaytto estava vivo. Com a notícia de que o pedreiro confessara o crime, os familiares entraram em estado de choque. Ao ser informado sobre o fato, o pai do menino, Jorgemar Pinto, deixou a DHPP chorando.

Edson Delfino trabalhou como porteiro no Residencial Paiaguás e teria instalado uma pia na cozinha do apartamento da vítima. Edson teria conquistado a confiança do menor na época, proximidade que pode ter facilitado o crime.

A polícia suspeitou do pedreiro quando levantou a ficha criminal de todos os funcionários que trabalharam no residencial e tiveram algum tipo de contato com Kaytto. A partir deste momento, soube-se que no prédio trabalhara alguém com um histórico de crime sexual contra criança.

A suspeita tornou-se mais forte com a elaboração do retrato-falado, a partir do relato de uma testemunha que viu Kaytto conversando com o homem no ponto de ônibus no dia do desaparecimento. A conversa, segundo uma testemunha, era de duas pessoas que aparentavam vínculo de amizade. Ao verem a ilustração, familiares perceberam a semelhança com a fisionomia de Edson Delfino.

Com a participação de delegados da Polícia Civil, profissionais do Conselho Tutelar colaboraram para chegar ao suspeito, desvendando o modo de atuação do criminoso. Com a descoberta do nome do pedreiro e com uma denúncia anônima de que ele estava fugindo da cidade, os investigadores acionaram a PRF, que passou a fazer barreiras e parar os ônibus nas rodovias do Estado.

Ele teria partido da rodoviária de Cuiabá por volta de 14 horas para a fuga rumo ao Estado vizinho. No dia anterior, teria vendido uma motocicleta por R$ 500. E não compareceu a semana toda a uma obra onde prestava serviço em Cuiabá, indo ao local apenas no dia do pagamento. A atitude teria levantado a suspeita do patrão.

Reincidência - A ficha criminal de Edson fez aumentar os indícios de seu envolvimento no sumiço de Kaytto. O pedreiro foi condenado na Justiça por violentar e matar uma criança também de 10 anos de idade na cidade em Primavera do Leste há 10 anos.

“No dia 20 de novembro de 1999, naquela cidade, abordou a vítima e mediante pagamento de R$ 5,00 chamou-a para procurar uma sacola naquelas imediações. Em seguida, colocou-a em sua bicicleta, levando-a até uma mata próxima com a intenção de praticar sexo anal. Daí, após manter a relação pervertida, a vítima começou a gritar e para ocultar o crime deu-lhe vários golpes com um pedaço de madeira, até matá-la”, traz um trecho de uma decisão de recurso do Tribunal de Justiça.





Fonte: Diário de Cuiabá

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