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Polícia Brasil
Sexta - 17 de Abril de 2009 às 16:07
Por: Luciene Oliveira

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Chegou ao fim o sequestro do empresário Antônio Pascoal Bortoloto, 64, dono de uma grande rede de lojas de material de construção, em Cuiabá. O empresário foi liberado na madrugada desta sexta-feira (17.04), na região do bairro Capão Grande, município de Várzea Grande, após pagamento do resgate. O sequestro completaria 17 dias.

O delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Repressão a Sequestro e Investigações Especiais (GRSIE), confirmou durante entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, que a Polícia Judiciária Civil esteve desde o primeiro momento nas investigações. O delegado declarou que as negociações com os bandidos foram realizadas por uma pessoa da família assessorada pela polícia. “Quando se estabelece uma situação como essa a polícia é comunicada e de imediato é dado toda assistência à família, no tocante a negociação com o bandido. E isso foi feito logo que a vítima desapareceu”, ressaltou Luciano Inácio.

Conforme a polícia, o resgate de R$ 250 mil foi pago aos bandidos no Estado do Pará, num trevo próximo ao município de Belém (PA). O dinheiro foi deixado por um funcionário da empresa da vítima, na madrugada de quarta para quinta-feira (15 e 16.04), e depois de 24 horas o empresário foi libertado. Ele saiu do cativeiro com os olhos vendados, descalços e com a mesma roupa do dia do sequestro. Disse que antes rodou de carro por um bom tempo e depois foi deixado no bairro Capão Grande, onde pediu ajuda numa borracharia por volta das 5 horas.

As investigações apontam que seis homens estão envolvidos no sequestro do empresário que foi levado no dia 1º de abril, de um bairro na região do Coxipó, em Cuiabá. A ação criminosa foi praticada por pelo menos quatro bandidos que renderam o empresário e o levaram para um cativeiro ainda desconhecido pela polícia. Durante o tempo que ficou no cativeiro a vítima foi mantida amarrada e com os olhos vendados. Os únicos momentos que não esteve com os olhos tampados foram quando redigiu bilhetes à família, como prova de vida, ao todo três. No cativeiro era guardado por dois homens.

O delegado Luciano Inácio disse que as investigações prosseguem e o trabalho da polícia consiste em esclarecer o crime e prender os bandidos. “As investigações agora entram numa fase mais tranquila porque a vítima já está em casa e a gente pode analisar os vestígios da ação criminosa com mais tranquilidade”, frisou. “A polícia vai fazer todos os esforços para esclarecer isso o mais rápido possível”, afirmou.

De acordo com as apurações, a quadrilha tem a participação de homens dos Estados de Mato Grosso e do Pará. A polícia ainda não tem pistas e nem a identidade dos bandidos.

Durante a permanência da vítima como refém, a polícia segundo Luciano Inácio, adotou a postura de não falar do caso e tratá-lo como desaparecido, não por falta de confiança da família, mas por uma questão de segurança. Luciano disse que aqui em Mato Grosso, a ideia de manter a polícia fora de casos de sequestro não acontece mais. “O que a gente vê é uma confiança no trabalho da polícia. Ocorre que não feita uma divulgação ostensiva do trabalho da polícia e nem é recomendado”, assegura. “Num primeiro momento o sequestrado pede o afastamento da polícia e da imprensa e você tem que diminuir a atenção e o stress do sequestrador e da família pensando na vida da vítima”, finaliza.

CASOS – Os casos mais recentes de sequestro registrado em Mato Grosso ocorreram nos anos de 2002 e em 2004, ambos foram esclarecidos, as vítimas libertadas e os criminosos presos. O último ocorrido em 2004 em Rondonópolis chamou a atenção da polícia pela habilidade da quadrilha, porém após uma semana a polícia “estourou” o cativeiro, libertou a vítima e prendeu 5 bandidos. A partir daí, a polícia passou 5 anos sem registrar sequestro no Estado, vindo ocorrer este agora em 2009.

O delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Repressão a Sequestro e Investigações Especiais (CRSIE) da Polícia Civil, atribui a queda das ocorrências de sequestro, à prisão e desarticulação das quadrilhas que atuavam no Estado e a centralização das ocorrências em uma única unidade policial. Com a instalação da Gerência as quadrilhas foram sendo desarticuladas. O resultado foi redução dos casos, a prisão dos bandidos e vários grupos criminosos esfacelados.

Desde o ano de 1996 até 2007 foram 26 casos de extorsão mediante sequestro registrados no Estado e sete em decorrência de roubos a bancos entre os anos de 1998 a 2007. O mais logo da história da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, depois da instalação da GRSIE, foi o sequestro ocorrido em 2002, onde a vítima passou 92 dias no cativeiro e foi libertada com vida pela Polícia. Na maioria, a polícia solucionou o caso antes do pagamento do resgate e alguns em menos de 48 horas.





Fonte: Assessoria PJC-MT

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